"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



sábado, 20 de dezembro de 2008

ENTREVISTA – VALDO

Valdecir João Vieira é uma dessas pessoas a quem admiramos com facilidade. Catarinense de Joinville, Valdo é um apaixonado pelo que faz – pedalar. O ex-padre que adora viajar de bicicleta conhece 28 países, fala português, espanhol, italiano e inglês, conhece a língua indígena tukano e duas línguas africanas de Moçambique, Chinhungue e Ronga, e garante: “O maior prazer de uma viagem é fazer amizade, conhecer pessoas e, de maneira simples e cordial, compartilhar momentos de alegria em diversas comunidades diferentes”.

BSL: Como você começou a fazer cicloturismo? O que o motivou?

VALDO: Comecei quase por acaso. Em 2003 eu tinha acabado de voltar de Roma depois de ter passado por uma situação melindrosa com a perda de uma bolsa de estudos. Eu estava bastante abalado e por isso resolvi viajar. Uruguai, Argentina, Chile, Peru, Bolívia e Paraguai. E foi em Cusco, no Peru, que eu vi, pela primeira vez, um cicloturista com quatro alforjes na bicicleta. Aquilo me chamou tanto a atenção que as pessoas até comentaram a minha atitude. A partir daquele momento comecei a pensar na possibilidade de fazer uma viagem de bicicleta.
Ao chegar a Curitiba, precisei apenas de 10 dias para montar uma bicicleta, comprar os alforjes e treinar no parque. No dia da partida o odômetro marcava 100 km. A primeira viagem foi de 4.070 km = Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Uruguai e volta para Curitiba.

BSL: Qual foi a viagem que mais te marcou? Por quê?

VALDO: De todas as viagens tenho boas recordações. Mas a que mais me marcou mesmo foi o Pedal nas Nuvens, uma aventura no Deserto de Siloli, na Bolívia onde pedalei entre os quatro e cinco mil metros de altitude. O que antes eu não conseguia nem sequer imaginar, de repente se tornou realidade. Descobri que do alto dos meus 63 anos eu ainda era capaz de vencer grandes desafios. A minha confiança e auto-estima aumentou muito depois desta viagem. Venci os meus temores. Dominei o medo.

BSL: Por falar em medo, você não acha que é loucura sair andando sozinho por aí de bicicleta? Você não tem medo?

VALDO: Eu acho que é loucura a gente chegar à terceira idade e “pendurar as chuteiras”. Cada idade tem a sua beleza e é preciso saber vivê-la na sua plenitude. É verdade que é preciso muita determinação e força de vontade para realizar sozinho uma grande viagem de bicicleta. Ainda mais se esta bicicleta for uma Tanajura, uma Cruzbike, uma Reclinada com tração dianteira. Mas a alegria que a gente sente em vencer os desafios é tão grande que até os próprios temores desaparecem. Viajar sozinho tem a vantagem de poder interagir com as pessoas pelo caminho. Em geral você é admirado e as pessoas se identificam com o cicloturista.
BSL: O seu mais novo projeto é o Pedalando pela Paz. Fale um pouco sobre ele e de como pedalar pode contribuir para a paz.

VALDO: O Projeto Pedalando pela Paz é meio arrojado. Tem como objetivo dar a volta ao mundo para levar às pessoas que eu encontrar pelo caminho uma mensagem de Paz. Paz no trânsito. Paz no ecossistema viajando sem poluição. Paz aos corações das pessoas que se aproximam de mim durante a viagem.
Muita gente precisa de um ombro amigo; de uma pessoa de confiança com quem possam desabafar. E, não sei porque, ou talvez eu até saiba, elas sentem confiança em mim. Encontrei uma nova forma de fazer apostolado com alegria. E isto é muito gratificante. Não é preciso falar muito; basta saber escutar.

BSL: Há alguma maneira de acompanhar a sua viagem? Você criou algum site, blog, orkut ou coisa parecida?

VALDO: Toda a viagem vai ser relatada no Diário de Bordo que terá atualização semanal ou sempre que eu tiver acesso à Internet. Basta entrar no meu site.
Tenho também um blog com muitas notícias sobre as viagens.
Para melhor acompanhar a viagem, basta se inscrever no grupo de discussão Pedalando pela Paz que se encontra no site, no blog e no diário de bordo. Toda vez que eu atualizar o diário vou enviar uma mensagem ao grupo informando da atualização e passando também o endereço do Diário de Bordo.

BSL: Você tem algum apoio financeiro ou patrocínio para o projeto? Como as pessoas podem fazer para contribuir?

VALDO: Recebi um apoio de R$ 10.000,00 da FUNCULTURAL Secretaria de Estado de Turismo Cultura e Esporte de SC para ajudar na impressão dos meus livros.

Quem quiser contribuir com o Projeto Pedalando pela Paz pode fazê-lo como Padrinho ou Madrinha, depositando qualquer quantia na minha conta bancária:

Caixa Econômica FederalAgência: 4123 - Tipo: 013 - Conta: 4778-5

Depois é só enviar um e-mail para para que o nome do Padrinho ou Madrinha seja incluído na lista.

BSL: Recentemente você participou da BICICULTURA – Conferência Internacional de Mobilidade por Bicicleta, em Brasília. Como foi a sua participação e o que você pode concluir do encontro?

VALDO: A participação da BICICULTURA foi simplesmente maravilhosa. Tive a oportunidade de falar sobre as minhas viagens de cicloturismo para uma platéia que se mostrou muito interessada. Talvez a motivação maior foi ver um “velhinho” de barba e cabelos brancos falando sobre viagens fantásticas realizadas de bicicleta, em sete países da América do Sul. Um senhor de meia idade comentou no final da palestra. Eu vou começar a pedalar. Se o Valdo fez tudo isto iniciando sem nenhum preparo físico, eu também posso fazer.
A conclusão que tirei no final do encontro foi que finalmente o Brasil está despertando para o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo. Um transporte barato, efetivo e que preserva a natureza da poluição. Existe muita gente empenhada em fazer esta mudança acontecer.


BSL: Você tem livros publicados sobre cicloturismo. Como podemos adquiri-los?

VALDO: Tenho três livros sobre cicloturismo:

Pedalando Solitário do Oiapoque ao Chuí
Pedalando e Desvendando a Carretera Austral
Pedal nas Nuvens – Uma aventura na Bolívia, no Deserto de Siloli

Para adquirir os livros basta entrar no meu site.


BSL: Vou repetir para você a pergunta que fiz para a Eliana Garcia, do Clube de Cicloturismo do Brasil: O que é cicloturismo, em apenas uma palavra?

VALDO: Liberdade!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Prefeitura inaugura estação de bicicleta de aluguel em Copacabana

Prefeitura inaugura estação de bicicleta de aluguel em Copacabana
Publicada em: 11/12/2008 às 13:02 - Editoria: Cidade


Editoria: Cidade Rio de Janeiro, Sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A Prefeitura do Rio inaugurou na manhã de hoje, dia 11, no calçadão do Posto 6, em Copacabana, a primeira das oito estações de aluguel de bicicletas no bairro, dando início ao projeto Pedala Rio. A iniciativa é uma parceria entre a prefeitura carioca e a empresa Sertell, de Recife, vencedora da licitação para operar o projeto.

O evento de inauguração contou com a presença do Prefeito Cesar Maia, de autoridades municipais, representantes da empresa Sertell e técnicos do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP) - responsáveis pelo projeto -, além de convidados e freqüentadores da orla. Após a cerimônia, a população pôde experimentar gratuitamente o novo sistema.

Para Cesar Maia, o novo sistema vai modificar o número de pessoas que andam de bicicleta. “Isso significa uma contribuição ao meio ambiente e à saúde”. O engenheiro Daly Esteves, que experimentou o novo sistema, aprovou. “É fantástico e prático, pois não terei mais transtornos em carregar e nem tirar minha bicicleta do prédio. Como o preço é bastante acessível, a partir de agora só vou utilizar o sistema de aluguel”, afirmou.

A implantação do novo sistema traz para a cidade vantagens como o transporte de baixo custo, redução de congestionamento de trânsito, diminuição da emissão de gases poluentes, interação com os outros meios de transporte e melhoria na saúde devido à atividade física.

Para a estudante Julia Noia, 11 anos, é uma maneira saudável de amenizar o trânsito. “Moro no Leme e confesso que adorei esse sistema. De bicicleta chegamos mais rápido aos lugares, além disso, é uma forma de contribuir com a preservação do meio ambiente, já que os ônibus poluem a cidade e as bicicletas não”, destacou.

O projeto Pedala Rio, inspirado no famoso Vèlib francês, prevê a implantação, até o final deste mês, das outras sete estações de aluguel de bicicletas em Copacabana, e, em 15 meses, das outras 42 estações que estarão em funcionamento em Ipanema, Leblon, Lagoa, Botafogo, Flamengo, Centro e Tijuca.

As estações, com capacidade para abrigar de dez a 14 bicicletas, funcionarão das 6h às 22h, e terão um sistema de auto-atendimento ligado a uma central de controle em tempo real dos veículos disponibilizados e recebidos. Os usuários interessados somente poderão adquirir o passe para o aluguel da bicicleta mediante cadastro via internet e pagamento das taxas de R$ 10 (passe diário), R$ 30 (semanal) e R$ 350 (anual). Haverá ainda pagamento da caução no valor de R$ 350,00 com cartão de crédito ou depósito bancário identificado, devolvidos quando a bicicleta for entregue nas mesmas condições da aquisição. A liberação e a devolução do equipamento (em qualquer uma das estações) serão feitas através de aparelho celular.

Até o dia 29 de dezembro, a Sertell realizará uma operação especial, fazendo uma seleção de 200 usuários e 30 formadores de opinião indicados pelas autoridades locais, associações de moradores e organizações não-governamentais defensores de uso de bicicletas que receberão passes gratuitos promocionais. Essas pessoas responderão a pesquisas de opinião para identificar problemas e gerar ações de melhorias no sistema. Os interessados deverão se inscrever no site www.Mobilicidade.com.br.

sábado, 6 de dezembro de 2008

RECEITA DE PÃO DE HORTELÃ

Segue mais uma receita testada e aprovada.

Fiz as três versões da mesma receita: 1-a original (de hortelã), 2-substituindo a hortelã por cenoura e 3-com trigo integral. As duas últimas são por minha conta, mas ficaram ótimas também.

Experimentem e depois façam os seus comentários.



Um abraço.



Ingredientes

1 1/2 xícara de água morna

1/2 xícara de hortelã picada

2 colheres de açúcar

2 tabletes (30g) de fermento biológico

4 1/2 xícaras (bem cheias) de farinha de trigo

2 claras

2 colheres (chá) de sal

5 colheres de margarina.


Preparo
-
Bata no liquidificador a água e a hortelã, até dissolver.
-Junte o açúcar, o fermento e uma colher de farinha de trigo.
-Bata novamente para misturar os ingredientes.
-Deixe fermentar descansando por 15 minutos.
-Adicione as claras, o sal, a margarina e misture bem.
-Adicione a farinha aos poucos, usando uma batedeira.
-Divida a massa em duas formas próprias para bolo inglês untadas com margarina.
-Cubra e deixe crescer por 40 minutos.
-Leve ao forno médio e asse por 45 minutos.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

VIAGEM CAMPOS DOS GOITACAZES (RJ) - GUARAPARI (ES)

Cláudio Quintanilha Siqueira
14/11/2008 – sexta-feira
O tradicional passeio a Guarapari foi um sucesso!
Organizado pela Hard Bike Sport, tendo a frente o “maestro” José Ornes e a “garota-propaganda” Kellen, o passeio já virou tradição, sendo esta a 5ª edição do evento que teve como novidade a companhia de outras pessoas além dos ciclistas que percorrem o trajeto no pedal. Parentes e amigos que optaram em ir de ônibus, fretado para este fim, puderam se juntar ao grupo pela manhã.
A saída aconteceu, como de praxe, em frente a Hard Bike. Após duas orações lideradas por Luciano, os onze pedalantes saíram em direção ao destino às 20h5min, tendo como carro de apoio a Kombi da loja pilotada por José Lírio. Os outros, que são normais, saíram mais tarde no ônibus para dormir em Guarapari e nos encontrar lá pela manhã.

A chuva que caiu o dia todo também nos acompanhou até São Francisco do Itabapoana – uma chuvinha fina, porém persistente - mas nem isso tirou o ânimo da galera. Após percorrermos aproximadamente 30 km tivemos o nosso primeiro contra-tempo: um pneu furado, que foi rapidamente consertado.

Em São Francisco do Itabapoana, fizemos a primeira parada para um lanche mais reforçado, não sem antes rolar um pequeno estresse. Os primeiros a chegar a uma pequena lanchonete localizada na beira da pista disseram para os demais seguirem em frente, que não era para parar. Bom, seguimos eu, Jaba e José Carlos em frente, mas não encontramos nenhuma padaria aberta como desejávamos – também, as onze e tantas da noite, né? - e ficamos esperando pelo pessoal. Após uns longos minutos de espera e vendo que ninguém aparecia, resolvemos voltar para ver o que estava acontecendo. Eles apenas lanchavam enquanto os três patetas ficaram aguardando. Aí foi aquele disse-me-disse. Mas no final tudo se resolve e a coisa descambou para a sacanagem, como sempre acontece. E Tarcísio, como é de praxe, levou a culpa pelo mal entendido.
Em alguns trechos o asfalto é muito ruim e um dos milhares de buracos resolveu se postar exatamente onde passaria Vaninho, jogando o mesmo ao chão. Nada além de um joelho esfolado. Ele escolheu a hora e o local errados para limpar os óculos.
A primeira baixa aconteceu em São Francisco. Bebel resolveu se poupar para o dia seguinte e trocou a bike pela Kombi.
A segunda baixa foi desse que vos escreve. Depois de pedalar aproximadamente 80 km até a divisa dos estados do RJ e ES, em Barra do Itabapoana, também resolvi poupar os meus joelhos. Logo em seguida veio Luciano que pegou uma carona até Marataízes e lá retornou ao pedal.
A partir da divisa dos estados até Marobá a estrada é um horror. Areia, buracos e poças d´água tornavam o percurso difícil, exigindo grande esforço dos ciclistas.
Em Marataízes, já de manhã, o grupo parou para tomar café e o coitado do Lotério se jogou na calçada feito um molambo. Enquanto os demais repunham os carboidratos gastos ele ficou lá, jogado no chão.

Na saída de Anchieta encontramos o para-atleta Helinho – veja a última entrevista no blog – iniciando mais um treino. Falante como sempre, conversou um pouco com o grupo, contou alguns causos, tiramos algumas fotos e lá foi ele, pedalando numa perna só em direção a Guarapari.
Aproximadamente às 10h40min o grupo chegou a Guarapari, onde o restante do pessoal nos aguardava, inclusive Jaba e Cristiano que a partir de Anchieta dispararam na frente e chegaram uns 30 min antes dos demais. Que gás!
Para muitos a cidade de Guarapari dispensa apresentações, mas para aqueles que não a conhece segue abaixo um resumo do que é este pequeno pedaço do litoral capixaba.
Localizada a apenas 64 km da capital do estado Vitória e a 200 km de Campos dos Goitacazes, Guarapari possui a orla quase totalmente urbanizada e, segundo o Guia Quatro Rodas, a melhor moqueca capixaba. Além da vida noturna, hotéis, bares e restaurantes, a cidade oferece outras atrações como a Igreja Matriz, construída de 1585 pelo padre Anchieta; praias, como do Morro, dos Namorados, Castanheiras, Areia Preta, Meaípe entre outras e turismo de aventura: mergulho, escalada e rapel.
No domingo pela manhã, saímos para uma pedalada até Buenos Aires. Aqueles que levaram as suas bicicletas no ônibus juntaram-se aos outros para subir a serra enquanto os demais foram no ônibus para nos encontrar lá.
De um total de aproximadamente 10 km, uns 6 é composto de subida com vistas muito bonitas da cidade, das praias e parte da mata atlântica. Não é de espantar que praticamente metade do grupo pediu clemência antes de concluir a subida e outros somente conseguiram empurrando a bike morro acima. Mas o resultado foi compensador. Além dos banhos revigorantes na cachoeira o grupo foi apresentado a Nasser e sua família que vive isolado no local.
Lá pelas 18 horas retornamos para Campos revitalizados e prontos para mais uma semana de labuta. Bom, eu acho, né.
Veja as impressões dos bikeloucos (para evitar crises de ciúmes, muito comuns entre os psicopatas do grupo, os nomes serão listados em ordem alfabética.)
Bebel – Foi um sofrimento. Um grande desafio. Vou me preparar melhor para a próxima vez.
Carlinho – Excelente!
Clarice – Foi a minha primeira pedalada a Buenos Aires (Guarapari). Adorei a experiência! Foi o máximo conhecer a família Nasser; ter o apoio dos companheiros Cacau e Lotério quando a corrente da minha bike quebrou. Desci melhor com as orientações do Lotério. Haviam me ensinado de forma errada. Se não fosse a dificuldade em passar as marchas, teria subido melhor. Mas fui e voltei na bike. E a chegada foi uma felicidade, pela quebra de limites a que me propus.
E para fechar com chave de ouro, os colegas Cristiano e Carlinho me acompanharam de bike para ver o mar e algumas ruas da cidade, já que não saí ontem por causa das provas que fiquei corrigindo. Obrigada!
Cristiano – Agradeço a Deus pela oportunidade de estar junto com os amigos e que essa união perdure.
Hugo – Pensei em desistir, mas no final fui premiado. Excelente passeio.
Jaba – O percurso foi leve e gratificante, mas Tarcísio pediu arrego. Vaninho é testemunha.
O momento único do passeio foi quando a “perereca” do Tarcísio voou longe quando ele foi fazer uma graça para um cachorro próximo a Marataízes.
José Carlos – Foi a minha primeira experiência num percurso longo. Foi melhor do que o esperado.
Lotério – A soma da ecologia com o esporte gera mais amor. Foi excelente o convívio familiar.
Luciano – Foi difícil, mas se houver outra eu vou de novo.
Tarcísio – Foi uma das mais duras e mais prazerosas.
Vaninho – Não foi uma viagem, foi um massacre. Fui enganado. Mas venho de novo.

Bom, pessoal. Até a próxima. Ano que vem tem mais.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

ENTREVISTA – HELINHO

Foi durante o Iron Biker/2008, em Ouro Preto/MG, onde obteve a 3ª colocação na sua categoria, que conheci essa figura fantástica. Capixaba de Anchieta, casado e pai de três filhos, Welington Antônio Cavalcante, conhecido também como Helinho ou Perninha, como preferem os bikers mais chegados, conta-nos um pouco da sua história e de como foi introduzido no mundo das bikes.



BSL: Há quanto tempo você começou a pedalar?
Helinho: Comecei no final de 2004 através do apoio do Secretário de Esportes da minha cidade Leonardo Fonseca que me colocou no caminho do esporte. Eu fumava duas carteiras de cigarro por dia, bebia, enfim, não tinha um estilo de vida adequado ao esporte e acabei abdicando a tudo isso por causa do ciclismo.

BSL: Antes de conhecer o ciclismo, o que você fazia?
Helinho: Eu era caminhoneiro e sempre pensava que um dia ia tombar o caminhão porque eu andava muito, tinha o pé muito pesado. No entanto, sempre que eu trocava uma idéia com Deus eu falava que se fosse para eu ficar aleijado - e era esse o termo que eu usava - eu preferiria morrer.
Eu sofri um acidente em 16 de agosto de 1996, no trevo de Barão de Cocais/MG,onde perdi a perna.

BSL: A partir daí...
Helinho: Se eu disser a você que eu vivia antes de perder a perna estarei mentindo. Foi um impacto muito grande, mas Deus me deu condições de ver pessoas sem as duas pernas, paraplégicas, tetraplégicas e foi quando eu comecei a pensar que a perda de uma perna é uma limitação, mas é uma coisa superável e me fez repensar a vida. Antes eu só pensava em ganhar dinheiro, trabalhava dia e noite, vivia na bebedeira, na cervejada, era “virado” direto. Esporte, nem pensar. Tomava “rebite” direto para aquentar noitada no caminhão. Quando conheci o esporte mudei a minha vida. Foi quando o Léo (secretário de esportes de Anchieta) me deu uma bicicleta e disse: “agora eu quero ver você parar de fumar”. A partir daí eu tomei a decisão e parei de fumar.
BSL: O que você conquistou desde então?
Helinho: Durante esses quase quatro anos de ciclismo consegui alcançar algumas coisas. Em 2006 fui o 3º colocado na Copa Internacional e vice-campeão no contra-relógio[*], em 2007 fui campeão brasileiro no contra-relógio e vice no ciclismo de estrada e tive a oportunidade de ir para a França disputar o Mundial e, na empolgação, onde a gente acaba cometendo erros, acabei caindo e ficando em 17º lugar na estrada e em 11º no contra-relógio. Em 2008 fui campeão brasileiro de estrada e vice no contra-relógio. Fui para a Cali na Colômbia disputar o Pan-americano e tentar obter índice para as Para-olimpíadas, mas perdi a vaga para Flaviano de Ouro Preto, que é um atleta muito forte e que nos representou muito bem. Havia representantes de 25 paises e acabei ficando na 4ª Colocação na estrada e em 11ª no contra-relógio, mas infelizmente não foi o suficiente.

BSL: E as suas participações no Iron Biker?
Helinho: Em 2006 foi a minha primeira participação no Iron, e como o secretário de esportes de Anchieta cursou a faculdade aqui em Ouro Preto e foi ex-morador do Purgatório (República Purgatório), ele ligou e pediu para o pessoal me hospedar. Hoje eu estou nesta competição por causa deles que são como irmãos para mim. Para este ano, consegui às pressas o dinheiro para a inscrição e não tinha onde me hospedar, mas quando o Leo ligou eles mandaram eu vir.

BSL: Hoje você vive do esporte?
Helinho: Hoje eu vivo do esporte e para o esporte graças aos amigos e à prefeitura de Anchieta que vêm me mantendo. Trabalhei numa firma por um tempo, de 7 às 11 horas, o que me permitia treinar à tarde e levava o nome dela como patrocinadora.


BSL: E como é o seu treinamento?
Helinho: Eu treino de terça a domingo e descanso na segunda. Na semana anterior ao Iron, por exemplo, fiz um treino de resistência de 190 km em 6h40min; para o contra-relógio eu faço em torno de 20 a 30 km; tenho feito também um treino de explosão, tentando pedalar 40 km o mais próximo de 1 hora. No asfalto, sem vento eu já consegui fazer em 1h5min.

BSL: Qual é o perfil dos seus principais adversários?
Helinho: São atletas de 18, 22, 27 anos e eu já estou um pouquinho velho, né?Estou com 37 anos, mas como são poucos atletas não há diferenciação quanto à idade.

BSL: Qual vai ser aproxima competição?
Helinho: Ano que vem haverá algumas provas internacionais e estou na expectativa de conseguir bons resultados.


BSL: Quando foi que você decidiu que queria pedalar a sério?
Helinho: Foi por influência de três colegas: Ivan, Noan e Leonel. Eles me colocaram em cima da bicicleta e disseram que havia o Alarido que corria o Iron Biker e tinha uma perna só e começaram a construir na minha cabeça a imagem de um para-atleta. A primeira vez que subi na bike foram três quedas logo de cara por causa da sapatilha. Para parar eu já gritava, faltando uns 10, 20 metros, “segura, segura, segura”, porque tinham que segurar a bike para eu conseguir tirar o pé. Depois fui acostumando e indo cada mais longe. Tomei gosto e hoje, se eu não pedalar pelo menos uns 30 km por dia, não fico sossegado.
BSL: Helinho, muito obrigado e parabéns mais uma vez.
Helinho: Eu é que agradeço o apoio que tenho recebido de todos, dos meus amigos, da Prefeitura de Anchieta, representada pelo secretário de esportes Leonardo Fonseca e do pessoal da República Purgatório.
Meu pai também tem sido uma pessoa maravilhosa durante todo esse tempo. Não saio para uma competição sem ligar para ele e receber a maior força. Ele me incentiva muito.

[*] No contra-relógio os ciclistas não disputam entre si a melhor colocação. Eles têm o tempo cronometrado, vencendo o atleta que fizer o percurso (normalmente distâncias mais curtas, em torno de 30 a 40 km) em menor tempo.

domingo, 5 de outubro de 2008

ESTERÓIDES ANABOLIZANTES

Cláudio Quintanilha Siqueira
Esteróides androgênicos anabólicos (ou simplesmente anabolizantes) são drogas que promovem o crescimento muscular (efeito anabólico) e o desenvolvimento das características sexuais masculinas como: pêlos, voz grossa e barba (efeito androgênico). São geralmente derivados do hormônio sexual masculino testosterona, fabricado nos testículos, e usadas no tratamento de pacientes que não produzem em quantidade suficiente a testosterona, porém muitas pessoas as tem utilizadas na busca de melhor aparência - para ter um corpo “sarado” - e na melhoria da performance desportiva. Os homens jovens são os maiores usuários dessas drogas, mas o seu uso tem crescido entre as mulheres.
Os esteróides anabólicos foram descobertos em 1930 e, desde então têm sido utilizados em várias situações médicas como a estimulação do crescimento ósseo, crescimento muscular e em condições debilitantes de portadores de câncer e AIDS, mas atualmente são muito procurados por atletas ou pessoas que querem melhorar a performance e a aparência a todo custo devido a sua propriedade de aumentar os músculos e a força física.
Os anabolizantes podem ser tomados em forma de comprimidos ou injetáveis, porém o seu uso indiscriminado pode levar o usuário a utilizar uma dosagem excessiva e gerar efeitos indesejáveis sobre o corpo, o comportamento e a cognição. Essas drogas podem levar ao aumento da irritabilidade, à agressividade, euforia, alteração de humor, distração etc. E o que é pior, alguns usuários chegam ao cúmulo do absurdo de utilizar produtos veterinários à base de esteróides.
No Brasil essas drogas entram muitas vezes de maneira ilegal e são vendidas em academias, farmácias e pela Internet e muitas delas são falsificadas e/ou misturadas a outras drogas, o que potencializa os riscos para o organismo do usuário.


Os principais efeitos colaterais do abuso dos esteróides incluem tremores, acne severa (veja o caso recente do jovem alemão em http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL737521-5603,00-ALEM+DE+FERIDAS+ANABOLIZANTES+PODEM+LEVAR+A+CANCER+E+FEMINIZACAO.html), retenção de líquidos, aumento da pressão sanguínea, aumento do colesterol, tumores no fígado e alterações na morfologia do ventrículo esquerdo do coração.

Além dos efeitos acima, outros também poderão surgir como a diminuição do tamanho dos testículos, redução da quantidade de espermatozóides, impotência, desenvolvimento de mamas e aumento da próstata nos homens. Na mulher poderão surgir pêlos faciais, alterações no ciclo menstrual, aumento do clitóris, voz grossa e diminuição dos seios, enquanto os adolescentes poderão ter o crescimento prejudicado, definitivamente.
Como são medicamentos, essas drogas devem ser prescritas por médicos e a sua compra deve ser acompanhada de receita médica. Aqueles que fazem uso e forem pegos sem a indicação médica, vendendo ou mesmo fornecendo gratuitamente podem sofrer as conseqüências previstas no Código Penal Brasileiro: Art. 278 – venda de substâncias nocivas à saúde e Art. 282 - falso exercício da medicina.
Pessoas equilibradas, racionais, que estejam bem consigo mesmas e que desejam apenas ter um corpo em forma e boa qualidade de vida não precisam de artifícios para mostrar músculos cada vez maiores a fim de impressionar.


FONTES E REFERÊNCIAS

BRASIL, Código Penal Brasileiro. Decreto Lei n° 2848.

CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas. Questionário sobre drogas. http://www.unifesp.br/dpsicobio/cebrid/quest_drogas/esteroides_anabolizantes.htm. data: 25/09/2008.

Drogas – Esteróides anabolizantes. Disponível em http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=151. Data: 25/09/2008.

Esteróides anabolizantes: Disponível em http://www.viverbem.fmb.unesp.br/esteroides_anabolizantes.asp. Data: 23/07/2008.

JUSTE, Marília. Além de feridas, anabolizantes podem levar a câncer e feminilização. Disponível em http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL737521-5603,00-A LEM+DE+FERIDAS+ANABOLIZANTES+PODEM+LEVAR+A+CANCER+E+FEMINIZACAO.html . Data: 25/09/2008.

WIKIPEDIA. Esteróides anabolizantes. Data: 26/09/2008

domingo, 28 de setembro de 2008

ENTREVISTA – TARCÍSIO

Todos sabemos, ou pelo menos já ouvimos falar, que praticar atividades físicas é bom para a saúde. As atividades aeróbicas como nadar, correr, caminhar e pedalar são, particularmente, importantes para a manutenção da saúde do sistema cardiovascular.
Estamos comemorando o Dia Mundial do Coração e a data é mais do que propícia para apresentarmos aqui o caso concreto de obtenção de saúde e melhoria na qualidade de vida do amigo Tarcísio Gomes de Carvalho, funcionário público federal, 52 anos e uma exemplo a ser seguido.
Esta entrevista foi realizada durante o trajeto de volta do passeio a Sana (Macaé / RJ).
Enquanto o ônibus trafegava pela BR-101 o companheiro Tarcísio nos relatava a sua história e, com a ajuda do amigo Jaba, realizamos a entrevista a seguir.

BSL: Há quanto tempo você começou a pedalar e o que o estimulou?
TARCÍSIO: Comecei a pedalar há um ano e meio por orientação médica após um infarto, em fevereiro de 2006. Fiz duas angioplastias. A primeira não foi bem sucedida, então tive que fazer a outra onde recebi um implante de “stent farmacológico”.

BSL: Antes disso você era sedentário?
TARCÍSIO: Totalmente. Pesava 90 kg e as minhas taxas eram todas altas: triglicérides, colesterol...
BSL: O que mudou na sua vida depois que você começou a pedalar?
TARCÍSIO: Descobri que a atividade física melhora a qualidade de vida e nos desperta também para a ecologia.

BSL: Você encontrou muitos obstáculos. Como você venceu os desafios que se apresentaram?
TARCÍSIO: Cada desafio vencido melhora a nossa condição de vencer os obstáculos.

BSL: E com relação à família? Houve alguma mudança?
TARCÍSIO: O relacionamento melhorou porque a minha companheira me dá muito apoio e o nosso senso de humor também melhora. A atividade melhora o nosso condicionamento em todos os sentidos.
BSL: Qual foi a pedalada que mais te marcou?
TARCÍSIO: A primeira, porque saí sem qualquer experiência em direção a Rio Preto que é um trajeto muito forte para quem não está acostumado, com 42 km e muitas subidas. Voltei rebocado na moto do Marcão, um colega do trabalho.

BSL: Como foi o seu contato com o grupo atual, com o qual você pedala agora?
TARCÍSIO: Estava pedalando sozinho para Rio Preto, como disse, e o Renato (depósito Ianez), até então um desconhecido, me encontrou no caminho e me convidou para pedalar com o grupo. A primeira pedalada com o grupo foi num passeio a Santa Clara com o pessoal da Hard Bike (http://www.hardbikesport.com.br/). Daí para a frente ficamos sempre em contato: Jaba, Luciano, Lotério, Renato, Carlinhos, Cacau...

BSL: Um ano e meio depois, como você está?
TARCÍSIO: Hoje eu peso 72 kg e na última visita ao meu médico ele suspendeu, de forma progressiva, todos os meus remédios.

Jaba: Você recentemente me disse alguma coisa com relação às subidas que nós enfrentamos nas pedaladas...
TARCÍSIO: Quanto mais alto, mais perto de Deus se está.

Jaba: Lembrei agora das palavras de Bertold Brecht que se enquadra bem na sua história:
Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis
TARCÍSIO: Eu só tenho que agradecer o carinho de todos e fazer o possível para que Deus permita pedalar com vocês por muito mais tempo.
Grande é o homem que sabe reconhecer o seu erro e voltar atrás.

sábado, 27 de setembro de 2008

Cafeína X Ciclismo

Pesquisa demonstra que cafeína melhora desempenho de ciclistas.

Ciclistas que ingerem cafeína anidra uma hora antes da realização de exercício de curta duração, em competições, podem ter melhor desempenho na prova. Este foi o resultado da pesquisa feita pelo profissional de Educação Física Leandro Ricardo Altimari, depois de realizar mais de cem testes físicos, em uma parceria entre os laboratórios de Estudos Eletromiográficos e o de Fisiologia do Exercício, ambos da Faculdade de Educação Física (FEF). Orientado pelo professor Antonio Carlos de Moraes, Altimari concluiu que a ingestão de seis miligramas de cafeína por quilo de peso corporal aumenta o tempo de exaustão e atenua a taxa de fadiga muscular do atleta. Isto significa que o ciclista se mantém mais tempo fazendo exercício de alta intensidade.
Segundo o educador físico, a ingestão de cafeína por atletas era proibida até 2004 pela Agência Mundial Antidoping. Como a substância está presente em vários alimentos que fazem parte da dieta habitual de muitos países – e também por questões relacionadas ao controle –, acabou sendo liberada sem que sua ingestão seja hoje considerada doping. Neste sentido, o que se buscou identificar na pesquisa realizada na FEF foi o efeito da substância sobre o desempenho físico, bem como os prováveis mecanismos de ação em exercícios de curta duração – menor que dois minutos – e alta intensidade, uma vez que seus efeitos para melhora da performance em exercício de média e longa duração já são conhecidos.
Os testes foram feitos com 12 ciclistas com idade média de 27 anos, que realizaram exercícios em ciclossimulador importado exclusivamente para avaliar as condições reais de competição. "Procuramos simular a atividade motora de pedalada o mais próximo do realizado em ambiente externo, ou seja, durante as competições, para obter resultados eficientes", destaca o professor de Educação Física, atualmente do quadro docente da Universidade Estadual de Londrina.
Num primeiro momento foram identificadas as características fisiológicas dos voluntários. Na seqüência, foram propostas atividades, desenvolvidas entre seis e sete semanas. Para efeito de comparação, o grupo de atletas foi testado em duas condições distintas: uma com ingestão de cafeína e outra placebo, por meio de sistema duplo cego, com no mínimo 72 horas de intervalo entre os testes.
O que se observou, ao longo dos testes, foi que a cafeína atua como estimulante sobre o sistema nervoso central. Ela melhora o desempenho nos exercícios de curta duração por meio de aumento na velocidade da condução dos impulsos nervosos para as fibras musculares.
Este aspecto, explica Altimari, causa redução da taxa de fadiga muscular. Outro achado importante foi que os indivíduos iniciaram o exercício com percepção subjetiva de esforço menor após a ingestão da substância. Segundo o estudo, a cafeína mascara a percepção que o indivíduo tem do esforço que ele realiza em determinado exercício.

Texto: Raquel do Carmo Santos Fonte: Jornal da Unicamp
Publicado em: 25/09/2008
http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_frame.asp?cod_noticia=2741

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

TERMOGÊNICOS NATURAIS

Termogênicos naturais
Alimentos que ajudam a acelerar o metabolismo e a queimar mais calorias durante a prática de exercício físico.
23/09/2008
Por Cesar Candido dos Santos

Toda ajuda saudável é bem-vinda quando se está disposto a perder peso. Agora, imagine poder acelerar o processo de emagrecimento comendo coisas saborosas durante todo o dia. Maravilhoso, não? O ponto de partida é que todos os alimentos necessitam que o corpo humano gaste energia para serem digeridos. O mais interessante é que existem alguns em especial que se destacam mais que os outros, pois fazem com que o metabolismo trabalhe em um ritmo acelerado e gaste mais colorias. Eles são os chamados termogênicos. “Quanto mais difícil é a digestão, maior o valor termogênico do alimento. Esses alimentos são responsáveis por mais ou menos 10% do gasto total de energia do corpo e, quando estão associados a condimentos, potencializam o seu efeito”, explicou Camila Gabriela Camargo, nutricionista da Prefeitura Municipal de Itu e do Atendimento Clínico e Esportivo.Para queimar gorduraEntre os principais “queimadores” de gordura estão: gengibre, vinagre de maçã, pimenta vermelha, acelga, couve, brócolis, laranja, kiwi, cafeína, canela, guaraná, chá verde, água gelada, linhaça, salmão, sardinha, mostarda, aspargos, gorduras vegetais (como o azeite) e produtos derivados do chocolate amargo. O ideal é incluir pequenas porções desses alimentos no cardápio do dia a dia para não sobrecarregar nas calorias consumidas e ter o efeito contrário, ou seja, engordar. “O efeito térmico de cada alimento varia de acordo com os alimentos existentes na dieta, sendo maior após o consumo de carboidratos e proteínas e menor após a ingestão de gordura”, orientou Camila.Sem milagresMas está enganado quem pensa que pode emagrecer apenas comendo alimentos termogênicos, pois, para que produzam o resultado esperado, eles precisam ser associados a uma dieta balanceada e a prática regular de atividades físicas. “Os termogênicos aceleram o metabolismo e o processo de emagrecimento, mas sozinhos não tem nenhum efeito no organismo. Eles precisam estar associados a um estilo de vida saudável e uma rotina de exercícios. Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, cereais integrais e carnes magras é muito importante para que se obtenham os efeitos esperados destes alimentos”, explicou Renata Rodrigues de Oliveira, nutricionista do Instituto Mineiro de Endocrinologia. “Se a pessoa ingerir somente os termogênicos, pode ocorrer um desequilíbrio de nutrientes”, completou Camila.Evite exagerosApesar de acelerarem a queima de calorias e serem grandes aliados daqueles que desejam emagrecer, o consumo excessivo de alguns alimentos termogênicos deve ser evitado, principalmente, por pessoas que possuem estomago sensível. “Mesmo sendo naturais, o consumo desses alimentos não é indicado para pessoas que possuem o aparelho digestivo sensível ou apresentam problemas estomacais, porque o uso de condimentos como a pimenta e o gengibre podem agravar o quadro”, alertou Renata.Além disso, não é indicado que estes alimentos sejam utilizados na parte da noite, pois podem causar insônia e dificultar o sono. “Os termogênicos também são considerados estimulantes. Por isso, não devem ser consumidos após as 17h, pois podem atrapalhar o sono de pessoas mais sensíveis”, disse Camila.

http://prologo.uol.com.br/scripts/materia/materia_det.asp?idMateria=2396&stCanal=Nutrição

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Enquete sobre o blog

Caros amigos;
A sua opinião é muito importante para a continuidade do nosso trabalho, portanto solicito a colaboração de todos para responder a enquete. Críticas e sugestões são bem vindas.
Um abraço e muito obrigado.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

SUPLEMENTOS PROTÉICOS - VOCÊ PRECISA DELES?



Cláudio Quintanilha Siqueira

É cada vez maior o número de pessoas que busca resultados rápidos e milagrosos na melhoria da performance e no ganho de massa muscular (hipertrofia) sem se dar conta de que está cometendo excessos capazes de prejudicar o seu organismo, comprometendo a saúde.
Desde a Grécia antiga a adoção de dietas especiais faz parte do ritual de preparação para competições, mas o uso de suplementos deve ser avaliado por um nutricionista e indicado apenas para quem tem alguma deficiência nutricional ou para atletas de alto rendimento. Pessoas fisicamente ativas podem obter todos os nutrientes necessários de uma alimentação balanceada, que consta basicamente de 55 % de carboidratos (batata, pães, bolos, arroz, macarrão etc), 30 % de lipídios (azeite de oliva, nozes, linhaça, castanhas, peixes de água fria etc) e 15 % de proteínas (carnes, peixes, ovos, leite e derivados), procurando variar as refeições com alimentos de todos os grupos, deixando o prato o mais colorido possível, incluindo frutas e verduras. Além do mais, a eficácia de alguns suplementos ainda é questionada por pesquisadores.
Muita gente acredita que para adquirir músculos maiores deve-se ingerir muita proteína e acaba lançando mão dos suplementos protéicos, mas o estímulo para uma boa hipertrofia é simplesmente malhar e utilizar fontes naturais do nutriente: carnes, peixes, ovos, leite etc.
Os suplementos a base de proteínas e aminoácidos podem levar a uma sobrecarga no fígado e rins, uma vez que o sistema renal é muito exigido para metabolizar todo o aporte de proteínas e, em alguns casos, a um acúmulo de gordura no tecido adiposo, pois a proteína ingerida além das necessidades metabólicas será armazenada na forma de gordura e não resultará em qualquer aumento adicional de massa muscular. As mulheres devem ter atenção especial ao excesso de proteína, pois ela aumenta a excreção de cálcio, favorecendo, assim o processo da osteoporose.
As lojas especializadas não estão nem aí para a sua saúde. Elas querem é vender!
A demanda diária de proteína para um adulto normal é de aproximadamente 0,8 gramas por quilograma de peso corporal. Por exemplo: a demanda protéica de uma pessoa com 75 kg seria de 75 kg x 0,8 g/kg = 60 g. Essa quantidade de proteína é facilmente conseguida através de uma dieta bem balanceada onde, como já dissemos, contém 15% de proteínas. Um filé de carne vermelha pode fornecer, em média, 25 g de proteína, sem contar outras fontes, como o leite e seus derivados.
Durante o exercício intenso a demanda de proteínas em adultos pode chegar a 1 a 1,5 g/kg de peso corporal e pode ser adquirida também pela dieta.
Enfim, a nutrição é fundamental para a atividade física e não podemos desprezá-la, entretanto, para haver progressos e um bom desempenho devemos nos apoiar na tríade: nutrição adequada, um bom programa de exercícios e tempo adequado de repouso.
Claro que a cada dia surgem novas teorias e descobertas, e os conceitos hoje aceitos poderão ser descartados.

FONTES

FOX, Edward L.; BOWERS, Richard W.; FOSS, Merle L. Nutrição e desempenho nos exercícios. IN: Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. 4ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1991.

BUCHALLA, Anna Paula. Bomba vitamínica: um grande estudo afirma que não é bom negócio você se entupir de suplementos nutricionais. Revista Veja, edição 2057, 23/04/2008.

MARANGON, Felipe. Excessos de suplementos protéicos são questionados. Disponível em
http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=807. Data: 22/08/200

FERNANDES, Marília. Nutrição e atividade física. Disponível em
http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_frame.asp?cod_noticia=1235. Data: 22/08/2008

KENSKI, Rafael. Demita seu médico. Disponível em
http://super.abril.com.br/superarquivo/2002/conteudo_260409.shtml
Data: 23/08/2008

http://www.cdof.com.br/consult94.htm. Data: 23/08/2008.

http://www.cdof.com.br/consult19.htm. Data: 23/08/2008.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

ESTRADA REAL

ESTRADA REAL – Ouro Preto x Paraty
(CICLODIÁRIO)

Terei a vida simples, Discreta...
Andarei pela estrada certa, Modesta, Reta.
Subirei a serra, Descerei a montanha Amontoando em mim Cada curva do caminho,
Cada sonho, Cada paisagem...
Andarei de bicicleta,
Andarei devagar, Bem devagar...
E brincarei de vagar por aí,
Pelo planeta,
Em uma diária e renovada viagem em busca do sem fim...
( Petrônio Souza Gonçalves)


Relato da viagem realizada entre os dias 02 e 12/08/2008 pelo Caminho Velho da Estrada Real, de Ouro Preto (MG) a Paraty (RJ).
Faltando apenas dois dias para o início da viagem - não importa se é a primeira, a segunda ou a centésima vez - a ansiedade é sempre a mesma. À medida que o dia da partida se aproxima a ansiedade aumenta.
Em princípio a viagem seria realizada por quatro ciclistas – eu, Pacheco, Lotério e Nelson -, mas a dinâmica do dia-a-dia acaba prevalecendo sobre a nossa vontade e nem tudo acontece como planejamos. Enfim, dos quatro sobramos eu e Pacheco para realizar a viagem.
Aventureiros e curiosos, acompanhem-me em mais essa cicloaventura.

A aventura começou antes mesmo de sair de casa. As passagens para BH já estavam compradas e quase se perderam quando do passeio a Lagoa de Cima (Campos dos Goitacazes/RJ). Durante uma das travessias da lagoa a mochila de Pacheco, onde estavam as passagens, se molhou e as passagens quase vão para o beleléu.
Às 17 h 10 min do dia anterior ao embarque para BH Pacheco me liga para dizer que não iria mais devido a problemas no trabalho e, infelizmente, eu não poderia adiar a viagem, então segui sozinho mais uma vez.
Bom, vamos em frente.

31/07 => Embarque para BH no ônibus das 21 horas e chegada às 06:45. Às 7 horas peguei o ônibus para Ouro Preto, chegando às 8:45.

01/08 => Após estar instalado em OP e tomar um bom café saí para dar umas voltas pela cidade, visitando alguns pontos históricos:
Casa dos Contos: sede da administração e contabilidade pública da Capitania de Minas Gerais. Abriga vários documentos desta época, além de uma biblioteca.
Museu da Inconfidência: exibe arte sacra, sepultura dos inconfidentes e réplicas de obras de Aleijadinho.
02/08 => Ouro Preto (1130 m) – Conselheiro Lafaiete (960 m). 60,3 km: Percorri alguns quilômetros a mais porque pequei a direção errada e tive que voltar (somente uns dois ou três quilômetros). De Ouro Preto a Ouro Branco (1075 m) há umas subidas fortes, principalmente próximo a Ouro Branco. E tome subida! Bem que me avisaram.
Saída de Ouro Preto às 8:10, mas antes tirei algumas fotos com a ajuda do Régis, colega de quarto do Albergue da Juventude. Mineiro de BH, bom companheiro, falante e curioso a quem agradeço o envio das fotos de Ouro Preto e a boa companhia.
Temperatura na saída de Ouro Preto: 18 ºC à sombra.
De Ouro Branco a C. Lafaiete não há muitas subidas fortes.
Chegada a C. Lafaiete: 16:10.
A meio caminho entre Ouro Branco e C. Lafaiete fica a Casa de Tiradentes, local onde eram realizadas as reuniões dos inconfidentes.
Curiosidade de algumas pessoas: “sua mulher não fala nada não?”. Fazer o que, né?
03/08 => C. Lafaiete – São João Del Rei (920 m). 102,7 km: Saí de C. Lafaiete às 6:55 com a temperatura em 13 ºC e segui na direção a Queluzito pela da BR-040, sem acostamento, mas com pouco trânsito.
Em Casa Grande (990) fiz um lanche reforçado na única padaria da cidade e comprei bananas e maçãs para não precisar parar para almoçar. Na pracinha da cidade encontrei os garotos Gabriel e Cristian, com quem conversei um pouco e bati fotos.
Saí de Casa Grande às 11:15 e entrei por uma estradinha de terra muito poeirenta, mas bem demarcada pelos totens da ER, percorrendo 26 km até terminar a estrada de terra e entrar na BR-256, passando por Lagoa Dourada.
Nas proximidades de Prado resolvi ir direto para São João Del Rei para ganhar tempo, chegando às 17:05 com a bunda doendo depois de um dia inteiro pedalando e segui para a casa de Lincon - antigo colega de trabalho e hoje aposentado - para esperar o Carlos que ia me receber, mas ao chegar numa esquina, avistei um sujeito em pé e fui perguntar se era por ali que eu ia para a rodoviária nova (uma referência que Carlos me deu), ao que ele respondeu: “tenho dúvidas”, sem sequer olhar para mim. E ficamos assim, os dois mudos por alguns segundos. A sorte é que vinha um rapaz passando bem na hora e me explicou. Depois dizem que eu é que sou maluco.
Dormi no sítio de Lincon, a 8 km do centro da cidade. No dia seguinte acordei cedo, dei umas voltas pelo sítio curtindo um frio maravilhoso às 7 horas da manhã e bati algumas fotos. Como o Carlos não acordava resolvi sair, deixando um bilhete.
Na cidade deixei a bicicleta numa pequena oficina para limpar e verificar uma pequena folga nas catracas que vinha provocando alguns estalos na corrente e falhando nas pedaladas. Depois disso saí rodando pelo Centro Histórico a pé e logo em seguida peguei uma Moto-Taxi para Tiradentes. Só 20 minutinhos. Às 13 horas almocei e peguei o ônibus de volta para SJDR, apanhei a bicicleta na oficina toda melada de óleo diesel e retornei para o sítio, não sem antes errar o caminho duas vezes e subir uma ladeira enorme empurrando a bicicleta.
Surpresa! A máquina fotográfica pifou. Na troca do segundo para o terceiro filme a máquina não quis mais funcionar. Amanhã eu vejo o que fazer.
Outra surpresa. Está trovejando e acho que vai cair um temporal. São 19:05.
Foi uma pena o amigo Lincon não estar em São João, pois ele precisou ir a BH resolver assuntos pessoais e não sabia da minha visita. Falha minha de não ter avisado com antecedência. Mas, de qualquer forma, fui muito bem recepcionado por Carlos que me deixou à vontade, me dando total liberdade.

05/08 => São João Del Rei (920 m) – Carrancas (1035 m). 122,5 km: Saída às 5:40 do sítio com temperatura em 20 ºC dentro de casa e sem café. Não choveu como eu temia.
A estrada é de asfalto novo com acostamento e visual muito bonito, mas cadê a máquina?
32 km de pedal e nenhum lugar para tomar café. Ainda bem que não saio sem a minha ração, e ainda por cima perdi os óculos de sol.
Puta que pariu! Errei o caminho e estou indo para Madre de Deus de Minas, mas encontrei o músico-caroneiro Vicente na beira da estrada e ele me explicou direitinho a merda que fiz. De qualquer forma estou indo em direção a Minduri, mas não vou passar em Carrancas e muito menos em Caquende.
O dia está uma beleza para pedalar: sem sol, sem vento e temperatura variando entre 16 e 18 ºC.
Cheguei a Madre de Deus de Minas (945 m) às 10:30 após 52 km pedalados para uma pausa e café...Até que enfim!
No caminho até aqui havia uma plantação de girassóis linda, mas, cadê a máquina?
Após o café segui em frente, em direção a Minduri, parando para almoçar às 13:55 e decidir se entro em direção a Carrancas (42 km) ou sigo para Minduri (25 km).
Próximo a São Vicente de Minas há um restaurante – Paiol de Minas -, próximo ao qual há uma estrada de terra que leva a Carrancas. Depois de conversar com a dona e pesar os prós e contras decidi ir para Carrancas. A estradinha era boazinha, mas sem sinalização. Às vezes eu parava um carro ou uma moto para me certificar da direção e mesmo assim consegui errar o caminho uma vez. Estrada com algumas subidas muito fortes, mas nenhuma comparada à última, já próximo a Carrancas. Era de matar! Uma subida não muito longa, porém muito íngreme calçada com bloquetes. Me senti um jegue empurrando a bicicleta morro acima com as sapatilhas estalando como ferraduras e escorregando no calçamento.
Concluí o trajeto à noite, adentrando Carrancas às 19:40 e me hospedando na primeira pousada que vi – Pousada Caminho das Águas. Que sufoco! No dia seguinte fiquei sabendo que se eu viesse pelo caminho certo a subida seria pior. Cruz-credo!
Descontando a perda dos óculos, a máquina pifada, o caminho errado e as subidas, o dia foi bom (foi?).
Os grandes atrativos de Carrancas são as cachoeiras. São 52 catalogadas pelo IBAMA.
Contratei um guia (agência Minas Trilhas Gerais) para percorrer algumas das cachoeiras da região:
Cachoeira da Fumaça, onde praticamos rapel;
Cachoeira Véu de Noiva;
Cachoeira Serrinha;
Complexo Vargem Grande;
Cachoeira Esmeralda;
Cachoeira Luciano.
À noite, como ninguém é de ferro, comi um filé de truta grelhado com molho de alcaparras acompanhado de duas taças de vinho. Maravilha!
Uma detalhe curioso de Carrancas é que o sino da igreja toca a cada 15 minutos e fica localizada a uns 200 metros da pousada em que eu estava. Que legal!

07/08 => Carrancas – Cruzília (1060 m): Saída de Carrancas às 7:33 com temperatura de 23 ºC, chegando a Cruzília às 13:55.
De Carrancas a Cruzília são 62 km de estrada de terra. Estradinha boa e bem sinalizada pelos marcos da ER e com muitas subidas. Nada de matar, dava para levar no pedal...Menos uma logo na chegada.
Cruzília é o berço do cavalo Manga Larga Marchador. Em meados do século XIX o então Imperador D. Pedro II deu um cavalo da raça européia Alter Real de presente a um fazendeiro da região (fazenda Traituba, hoje um lindo hotel-fazenda) que depois de alguns cruzamentos gerou o cavalo Manga Larga.
Resolvi ir para Caxambu (900 m). Cruzília não tem muitos atrativos. Após tomar um Gatorade, três sucos de laranja e comer um pastel de queijo saí rodando pela cidade para tentar resolver o problema da máquina. Acabei comprando uma nova e segui em direção a Caxambu às 16:05.
Na entrada de Caxambu encontrei com Reinaldo correndo e empurrando a bicicleta com o pneu furado. Fomos conversando e acabei descobrindo que ele tem uma bicicletaria e combinamos de eu levar a bicicleta no dia seguinte para ele dar uma olhada.
De Cruzília para Caxambu não tem muitas subidas fortes, somente uma logo após o trevo saindo de Cruzília. O resto é mais descida, mas em compensação o céu se manteve sem nuvens e o sol bateu forte todo o tempo.
Total do pedal: 93,3 km.
Mais uma surpresa: ao retirar a bagulhada do bagageiro percebi que ele estava quebrado. Amanhã eu vejo o que fazer.
Comprei bepantol para passar no beiço que está muito ressecado devido a baixa umidade do ar.
Em Caxambu choveu a noite toda, até de manhã. Agora vou sair para levar a bicicleta na oficina e ver se soldo o bagageiro.
Há dias que tudo se resolve. Amanheceu ainda chuviscando um pouco, mas nada que atrapalhasse meus planos: levei a bicicleta para o Reinaldo e o bagageiro para que ele me indicasse onde consertar e, por coincidência, a pessoa que faria o serviço estava em frente a bicicletaria e a oficina era bem ao lado. Ele soldou o bagageiro e instalou um pequeno reforço.
Fui fazer uma visita ao Parque das Águas ainda chuviscando um pouco, lá pelas 10:30. mas daí em diante não choveu mais.
Quando fui pegar a bicicleta recebi um telefonema da colega Josane para me informar que o compromisso que teríamos nos dias 13 e 14 foi cancelado porque o pessoal conseguiu dar conta de tudo o que faltava. Sendo assim fiquei mais à vontade para concluir o percurso sem pressa.
A bicicleta parece que ficou boa. Vamos ver daqui para frente como ela se comportará.
Resumindo: conserto da bike, do bagageiro e cancelamento do compromisso. Isso tudo de uma vez só. E ainda fiquei conhecendo Roberta Kely, vencedora da primeira prova do MTB 24 horas, realizada em Itupeva (SP) nos dias 19 e 20 de julho de 2008, seu marido Fernando que lhe dá a maior força e o filho Gustavo que ficou em segundo lugar por uma diferença de milímetros na 4ª. etapa do Campeonato Regional de Ciclismo, realizada em Caxambu no dia 20 de julho. A galera é muito bacana. Vou ficar com saudades...mas eu volto.
Conheci uma livraria muito simpática – Sabor do Saber -, onde Bruno e Ketlin têm um atendimento 10. Além de livros novos para venda há um acervo de mais de três mil títulos para locação por apenas R$ 2,50 por 21 dias. O mais interessante é que os livros para locação são frutos de doação.

09/08 => Caxambu – Passa Quatro (884). 60 km. Saída de Caxambu às 7 horas com temperatura em 17 °C. A BR-354 e MG-159 não têm acostamento.
A alternativa de ir pela estrada de terra foi descartada por causa da chuva que caiu no dia anterior.
A estrada tem algumas subidas longas, mas não muito íngremes, principalmente a primeira, logo após o trevo, na saída de Caxambu (aproximadamente 8 km, mas não medi).
Chegada a Passa Quatro às 12:05 no restaurante Ponto Quatro, na entrada da cidade, onde almocei e descansei um pouco.
Às 14:30, após providenciar o hotel, fui fazer o passeio da Maria Fumaça que percorre um trecho da Serra da Mantiqueira até o túnel que faz divisa entre os estados de MG e SP. Este túnel tem 997 metros de extensão e foi inaugurado por D. Pedro II em 1881, sendo palco das revoluções de 30 e 32.

10/08 => Passa Quatro – Guaratinguetá (520 m). 68,8 km: Caiu um temporal à noite e amanheceu ainda chuviscando.
Temperatura na subida da Serra da Mantiqueira: 15 °C...14...13...12 °C a 1100 m de altitude.
A subida da Serra da Mantiqueira não foi tão difícil quanto pensei. Apesar de ser uma longa subida (talvez uns 8 km), ela não é muito íngreme, mas estava muito frio, principalmente na descida, onde o vento gelava.
Saída de Passa Quatro: 8:40.
Em Cachoeira Paulista parei para almoçar e ser mordido pela cachorra. Ao me dirigir para o banheiro não vi uma cachorrinha deitada no tapete e, ao passar perto dela a danada me atacou. Nada além de uns arranhões na canela.
Chegada em Guará às 14:30. Fiz contato com Luiz Verza e me instalei no hotel recomendado por ele. Mal me instalei o sol apareceu.
Na saída de Passa Quatro parei para comprar água e o rapaz do bar fez um mapa e me explicou o caminho para Guaratinguetá sem trafegar pela Dutra. É só ir em direção a Cachoeira Paulista e depois entrar em direção a Canas, passando pela cidade e ir margeando a linha férrea até Lorena. Após atravessar a cidade de Lorena é só seguir em frente que chega-se a Guará.
O amigo Luiz me apanhou no hotel e me mostrou os principais pontos da cidade, inclusive o caminho que eu deveria pegar para seguir no dia seguinte. Depois do passeio fomos tomar um chopinho porque ninguém é de ferro e em seguida fomos comer um lanche no quiosque do seu amigo Luciano (Bob Soccer). Valeu Luiz.

11/08 => Guará – Cunha (937 m). 50 km: Às 7:25 saí de Guará com temperatura em 17 °C.
A 11 km do centro de Guará entra-se à direita numa estradinha de terra, evitando trafegar pela Dutra. Logo em frente começa uma subida de aproximadamente 10 km e em seguida entra-se numa estrada asfaltada, sem acostamento e esburacada.
Pela estrada de terra sobe-se até 1030 m de altitude. É bem demarcada pelos marcos da ER.
A visita ao Parque Estadual da Serra do Mar e à Pedra da Macela fica para a próxima porque o tempo é curto.

12/08 => Cunha – Paraty. 68,8 km: Saída às 7:10. T = 17 °C.
Logo na saída de Cunha há uma ladeira de uns 1000 m para aquecer. Há também umas subidas fortes até uma cachoeirinha na beira da estrada a 20,8 km que serve como ponto de descanso (1280 m de altitude), a partir da qual sobe-se até 1430 m, onde fica a divisa dos estados de SP e RJ, no alto da Serra da Bocaina. Daí para frente despenca-se até Paraty numa descida de 20 km. Metade em estrada de terra, com muuuuitas pedras. A segunda metade é asfaltada e com muuuuitas curvas.
Paraty. Chegada às 13:30 na Pousada Walter. T = 32 °C.
Em Paraty permaneci o restante do dia, tomando o ônibus no dia seguinte para o Rio e daí para Campos.
Bom pessoal, espero que tenham curtido a minha pequena aventura. Conto com o apoio e a companhia de todos na próxima.
Um abraço.

As informações acima foram obtidas de várias fontes tais como: Internet, Guia 4 Rodas, moradores, inscrições nos marcos da ER (totens), jornais locais e o relato da viagem realizada por José Maurício de Barros que serviu de ótima referência, principalmente quanto às altimetrias. (www.estradareal.org.br/diari_viaje/detal_viaje.asp?codigo=20).

Os números da viagem:
Distância total percorrida: 623 km
Altitude máxima: 1430 m
Temperatura mínima durante o trajeto: 12 °C (alto da Serra da Mantiqueira)
Temperatura máxima: 33 °C
Velocidade máxima: 72,6 km/h
Maior velocidade média: 15,6 km/h
Menor velocidade média: 11 km/h
Peso da bagagem: 11 kg (estimado porque não pesei)
Maior distância percorrida em um dia: 122,5 km – de São João Del Rei a Carrancas.
Menor distância percorrida em um dia: 50 km (Guaratinguetá – Cunha)
Pneus furados – uma curiosidade constante: nenhum

sábado, 2 de agosto de 2008

Estrada Real

Meus amigos;
No momento estou percorrendo o Caminho Velho da Estrada Real, sendo assim, não publicarei nada no blog nos próximos dias.
Estou, hoje, em Conselheiro Lafaiete, depois de um dia de pedal vindo de Ouro Preto.
Irei publicar tudo após a conclusão da jornada - prevista para ser concluída dia 11, com a chegada a Paraty / RJ - com planilhas, relatórios diários e fotos. Aguardem.
Preferi aguardar e publicar tudo junto, em vez de uma publicação diária por três motivos:
1) Nem sempre se tem um computador disponível;
2) Estou utilizando uma máquina fotográfica convencional em vez de digital, impossibilitando a postagem das fotos dia-a-dia;
3) Acho que podemos aproveitar melhor o tempo conversando com as pessoas, passeando, tirando fotos, descansando etc em vez de ficar em frente a um computador.
Um abraço.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

ATLETAS DE FINAIS DE SEMANA

Cláudio Quintanilha Siqueira
A prática de atividades físicas é sempre algo prazeroso e saudável, tanto sob o ponto de vista psicológico quanto do fisiológico e é muito comum vermos pessoas praticando os seus esportes favoritos nos finais de semana: futebol, vôlei, ciclismo etc. As praças, playgrounds e clubes ficam cheios desses “atletas” nos finais de semana. Com o tempo livre cada vez mais reduzido durante a semana em função das exigências da sociedade moderna, as pessoas dedicam menos tempo ao exercício físico e tentam compensar nos finais de semana.
No entanto, a prática de exercícios extenuantes pode trazer algumas conseqüências desagradáveis para as pessoas que não possuem uma vida fisicamente ativa. Segundo o professor Rodrigo Contó “o exagero mantém o coração em ritmo acelerado, aumentando o período no qual os problemas podem acontecer”.
O professor do Departamento de Biociências da Atividade Física da Escola de Educação Física da UFRJ, Renato Alvarenga afirma que a prática irregular de atividades físicas pode levar também a tendinites, fascites e rupturas de tendões, pois o organismo não está plenamente adaptado aos estímulos recebidos e quando existe a prática esporádica de atividade física intensa, o seu resultado pode ser mais prejudicial do que simplesmente ineficaz.
“Tem sido mostrado que atletas de final de semana com algum fator de risco cardiovascular associado, como hipertensão e níveis elevados de colesterol, ou se é fumante têm o risco cardiovascular ampliado em relação até a sedentários”, completa Alvarenga.
O ortopedista Victor Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul, em São Paulo afirma que é importante praticar esportes competitivos e prega alternativas simples para combater o sedentarismo, mal que, segundo ele, atinge 70% dos brasileiros. “Para escapar do sedentarismo não é preciso comprar o melhor tênis nem freqüentar a melhor academia, basta deixar o carro em casa e fazer a pé pequenas tarefas do cotidiano, por exemplo”, afirma o ortopedista.
Quem está em atividade reduz drasticamente as taxas de risco de ser atingido por doenças fatais: 54% dos infartos, 50% dos derrames cerebrais e 37% no caso de cânceres, sendo esses números o melhor argumento para comprovar a importância da prática correta de exercícios.
Segundo pesquisa coordenada pelo ortopedista Moisés Cohen, do Centro de Traumato-Ortopedia do Esporte da UFSP, os atletas de finais de semana, comparados aos profissionais que praticam os mesmos esportes, apresentam um índice de lesões 4% superior. “Os amadores se machucam com mais freqüência porque desconhecem seus limites físicos, não dominam a mecânica dos esportes e utilizam equipamentos inadequados durante as atividades” conclui Cohen.

CONCLUSÃO

1- Tentar compensar a inatividade do dia-a-dia nos finais de semana não só é ineficaz como pode ser desastroso sob o ponto de vista orgânico.

2- O nosso organismo é capaz de assimilar e se adaptar às sobrecargas que lhe são impostas no dia-a-dia, desde que seja de maneira progressiva e contínua ao longo do tempo.

3- Respeitar a individualidade biológica. Não existem pessoas iguais. Cada ser humano possui a sua própria estrutura física e psicológica, portanto o treinamento individual pode trazer melhores resultados do que tentar acompanhar o ritmo de quem está mais bem preparado fisicamente.

4- O maior risco para os atletas de fim de semana é ultrapassar o seu limite físico e provocar lesões articulares e até mesmo infarto.

5- “Praticar atividades aeróbicas pelo menos duas vezes por semana, mantendo uma regularidade.” (CONTÓ).

6- “Somente exercício físico regular e científico é benéfico sob todos os pontos de vista para a saúde.” (ALVARENGA).

FONTES E REFERÊNCIAS

CONTÓ, Rodrigo. Alerta aos atletas de final de semana e apressadinhos. Disponível em http://bemstar.globo.com/index.php?modulo=colunistas_mat&url_n_art=356&url_col=Prof.+Rodrigo+Cont%F3 . Data: 23/07/2008.

GAMBOA, Taísa. Só no final de semana. Disponível em http://www.olharvital.ufrj.br/ant/2006_05_04/materia_saudeeprevencao.htm . Data: 23/07/2008.

LUSSAC, Ricardo Martins Porto. Os benefícios do treinamento esportivo: conceitos, definições, possíveis aplicações e um possível novo olhar. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd121/os-principios-do-treinamento-esportivo-conceitos-definicoes.htm . Data: 23/07/2008.

LUZ, Sérgio Ruiz. Suor e lágrimas. Disponível em http://veja.abril.com.br/111198/p_094.html . Data: 23/07/2008

IMAGEM: http://xiclista.blogspot.com/2007_11_01_archive.html

terça-feira, 22 de julho de 2008

ENTREVISTA – ANDRÉ ALVIM E JORGE PEREIRA

Os ciclistas miracemenses André Alvim (42 anos) e Jorge Pereira (46 anos) percorreram de bicicleta as margens do rio Paraíba do Sul entre os dias 15 de junho e 5 de julho de 2008, desde a sua nascente na Serra da Bocaina (SP) até a sua foz, em Atafona (RJ), somando um total de 1150 km percorridos em 21 dias.

A viagem pode ser acompanhada com maiores detalhes em http://www.morroazuleventos.com.br/.

BikeSemLimites: Qual foi o principal objetivo deste projeto?

R: Nosso objetivo principal é mostrar que é possível e que devemos usar mais a bicicleta no dia-a-dia e em viagens de turismo, evitando assim a emissão de gases, pelo uso dos automóveis que tanto prejudicam o meio ambiente, aumentando a temperatura da terra.

BSL: Vocês tiveram algum tipo de apoio para a sua realização?

R: Tivemos o apoio de nossos familiares e amigos e também de parte do comércio de Miracema e principalmente o apoio da Miragás, uma empresa miracemense que sempre apóia o esporte e da Lógika, de Macaé, uma empresa de transporte e logística que atende em todo o território nacional.




BSL: Quais foram as maiores dificuldades encontradas para a realização do projeto?

R: Na verdade não tivemos dificuldades para a realização e sim um pouco de mão de obra para ir a campo conseguir os apoios financeiros e convencer amigos e familiares que era possível realizar tal projeto, coisa que com boa vontade, tiramos de letra.



BSL: E durante a viagem?

R: Durante a viagem sim, tivemos dois momentos difíceis:o primeiro foi quando passamos três dias empurrando as bicicletas pela serra da Bocaina em busca da nascente e às 15:30h do terceiro dia, após encontrarmos a nascente, tivemos que descer em busca de um abrigo para acampar, o que só aconteceu por volta de meia-noite e passamos muito frio e até fome. Outro momento difícil foi quando eu descia um morro em estrada de terra e pedra, quando o bagageiro dianteiro de minha bicicleta se soltou, travando a roda dianteira me jogando no chão. Foi uma pancada forte no joelho direito e só não foi pior porque usava luvas que protegeram minhas mãos.Fiquei dois dias de repouso tratando do joelho e depois, com bagageiro novo, seguimos a viagem.

BSL: Numa viagem como essa é possível tirar alguma lição? Que tipos de ensinamentos podemos trazer para a nossa vida após a realização de uma viagem assim?

R: Sim.Tivemos,vários ensinamentos e destaco um: Quando você desejar alguma coisa na vida, vá fundo, não desista, mesmo diante das dificuldades encontradas. Seja persistente e tenha acima de tudo boa vontade no que você irá fazer. “Quem acredita sempre alcança...”

BSL: Qual é o próximo projeto? Vocês já têm alguma coisa em mente?

R: Temos vários projetos em mente inclusive a volta da “Volta Ciclística e Ecológica de Miracema”, onde pedalamos em três etapas pela zona rural do município sempre passando próximo aos limites de divisa. Para 2009, pretendemos fazer uma cicloviagem pelas margens do Rio São Francisco, que nasce na serra da Canastra em Minas Gerais e deságua em Alagoas. Ainda temos muito que estudar pois o percurso é de aproximadamente 3.000 quilômetros e pensamos até em um carro de apoio.

BSL: Quais conselhos vocês dariam para quem deseja realizar uma viagem desse tipo?

R: A organização e o planejamento são fundamentais. Quanto mais organizado melhor. É muito ruim quando você está longe de casa e vê que faltou alguma coisa. Planeje bem o percurso escolhido, onde parar, onde dormir, etc. Outro fator importante é se preparar alguns meses antes da viagem. Faça um exame geral com o seu médico, faça treinamentos físicos e procure equipar sua bicicleta com peças resistentes e que facilitem o manuseio durante a cicloviagem.