"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



domingo, 28 de setembro de 2008

ENTREVISTA – TARCÍSIO

Todos sabemos, ou pelo menos já ouvimos falar, que praticar atividades físicas é bom para a saúde. As atividades aeróbicas como nadar, correr, caminhar e pedalar são, particularmente, importantes para a manutenção da saúde do sistema cardiovascular.
Estamos comemorando o Dia Mundial do Coração e a data é mais do que propícia para apresentarmos aqui o caso concreto de obtenção de saúde e melhoria na qualidade de vida do amigo Tarcísio Gomes de Carvalho, funcionário público federal, 52 anos e uma exemplo a ser seguido.
Esta entrevista foi realizada durante o trajeto de volta do passeio a Sana (Macaé / RJ).
Enquanto o ônibus trafegava pela BR-101 o companheiro Tarcísio nos relatava a sua história e, com a ajuda do amigo Jaba, realizamos a entrevista a seguir.

BSL: Há quanto tempo você começou a pedalar e o que o estimulou?
TARCÍSIO: Comecei a pedalar há um ano e meio por orientação médica após um infarto, em fevereiro de 2006. Fiz duas angioplastias. A primeira não foi bem sucedida, então tive que fazer a outra onde recebi um implante de “stent farmacológico”.

BSL: Antes disso você era sedentário?
TARCÍSIO: Totalmente. Pesava 90 kg e as minhas taxas eram todas altas: triglicérides, colesterol...
BSL: O que mudou na sua vida depois que você começou a pedalar?
TARCÍSIO: Descobri que a atividade física melhora a qualidade de vida e nos desperta também para a ecologia.

BSL: Você encontrou muitos obstáculos. Como você venceu os desafios que se apresentaram?
TARCÍSIO: Cada desafio vencido melhora a nossa condição de vencer os obstáculos.

BSL: E com relação à família? Houve alguma mudança?
TARCÍSIO: O relacionamento melhorou porque a minha companheira me dá muito apoio e o nosso senso de humor também melhora. A atividade melhora o nosso condicionamento em todos os sentidos.
BSL: Qual foi a pedalada que mais te marcou?
TARCÍSIO: A primeira, porque saí sem qualquer experiência em direção a Rio Preto que é um trajeto muito forte para quem não está acostumado, com 42 km e muitas subidas. Voltei rebocado na moto do Marcão, um colega do trabalho.

BSL: Como foi o seu contato com o grupo atual, com o qual você pedala agora?
TARCÍSIO: Estava pedalando sozinho para Rio Preto, como disse, e o Renato (depósito Ianez), até então um desconhecido, me encontrou no caminho e me convidou para pedalar com o grupo. A primeira pedalada com o grupo foi num passeio a Santa Clara com o pessoal da Hard Bike (http://www.hardbikesport.com.br/). Daí para a frente ficamos sempre em contato: Jaba, Luciano, Lotério, Renato, Carlinhos, Cacau...

BSL: Um ano e meio depois, como você está?
TARCÍSIO: Hoje eu peso 72 kg e na última visita ao meu médico ele suspendeu, de forma progressiva, todos os meus remédios.

Jaba: Você recentemente me disse alguma coisa com relação às subidas que nós enfrentamos nas pedaladas...
TARCÍSIO: Quanto mais alto, mais perto de Deus se está.

Jaba: Lembrei agora das palavras de Bertold Brecht que se enquadra bem na sua história:
Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis
TARCÍSIO: Eu só tenho que agradecer o carinho de todos e fazer o possível para que Deus permita pedalar com vocês por muito mais tempo.
Grande é o homem que sabe reconhecer o seu erro e voltar atrás.

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