O caso, que teve repercussão nacional, comoveu Nelson Nolé, que tem uma
empresa especializada em próteses ortopédicas há 46 anos na cidade.
“Para mim, é o absurdo dos absurdos. O que eu puder fazer para ajudar,
vou fazer”.
O empresário diz que irá até o hospital para avaliar que tipo de
prótese será usada. “Temos que analisar quais foram os danos causados e o
que restou do braço dele, para então saber qual sistema vamos
utilizar”, explica o Nelson.
Especialistas da empresa devem visitar o ciclista ainda nesta
quinta-feira (14), para que o processo de avaliação seja realizado.
Nelson conta que 30% do que produz é doado. “Nós escolhemos pessoas que
não têm condições de pagar pelas próteses. Neste caso, não poderia ser
diferente, já que foi uma brutalidade”, afirma o empresário, que diz ter
recebido centenas de ligações de pessoas que gostariam de ajudar o
rapaz.
Avaliação
Segundo Nelson, as análises para a escolha da prótese são ortopédicas e
também psicológicas. Só depois de entender o quadro clínico do paciente
será possível concluir se todos os movimentos serão recuperados.
"Nós ainda temos pouca informação sobre o nível da amputação. A partir
disso, saberemos qual será a melhor prótese para o jovem”, explica
Nelson. Entre os sistemas desenvolvidos pela empresa estão o biônico,
com comando cerebral, e o eletrônico.
Entenda o caso
O ciclista David Santos de Souza foi atropelado no início da manhã
deste domingo (10), na Avenida Paulista, região central da cidade. De
acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o acidente
ocorreu por volta das 5h30, no sentido Paraíso, próximo ao Metrô
Brigadeiro. Com o acidente, o braço direito do ciclista foi amputado.
O estudante de psicologia Alex Siwek, que atropelou David e jogou seu
braço em um córrego, está detido no Centro de Detenção Provisória 2 do
Belém, na Zona Leste. Um pedido de liberdade provisória do motorista foi
enviado à Justiça na segunda-feira (11). Na terça-feira (12), porém, o
juiz Alberto Anderson Filho emitiu parecer em que diz que o jovem não
deve responder por tentativa de homicídio doloso por estar dirigindo sob
influência de álcool.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo(TJ-SP), o pedido de liberdade provisória para o motorista não chegou a
ser analisado pelo juiz do Tribunal do Júri, que considerou que o caso
não era de sua competência. O pedido será redistribuído pelo
Departamento de Inquéritos Policias (Dipo) a um juiz comum.
Fonte: G1