"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



quarta-feira, 28 de julho de 2010

Mais exercício e menos remédio

19/7/2010
Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – Um estudo verificou que mulheres acima de 60 anos que praticam 150 minutos por semana de atividades físicas moderadas, como caminhadas, consomem menos remédios em comparação às que não têm o mesmo hábito.

A conclusão é de Leonardo José da Silva, no trabalho de mestrado “Relação entre nível de atividade física, aptidão física e capacidade funcional em idosos usuários do programa de saúde da família”, realizado na Universidade Federal de São Paulo com Bolsa da FAPESP.

Silva acompanhou 271 mulheres com idade acima de 60 anos que participaram do Programa de Saúde da Família, organizado pela Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

As participantes que cumpriram um programa de exercícios variados de no mínimo 150 minutos semanais apresentaram consumo de medicamentos 34% menor em comparação às mais sedentárias.

“Esse tempo mínimo de exercícios de 2,5 horas semanais é preconizado pela American Heart Association e pelo American College of Sports Medicine”, disse Silva à Agência FAPESP. Com menos de 10 minutos semanais de atividade física o indivíduo é considerado sedentário e entre 10 minutos e 150 minutos de exercícios por semana ele é categorizado como insuficientemente ativo.

Os resultados do estudo de Silva foram apresentados em maio no 3th International Congress Physical Activity and Public Health realizado em Toronto, no Canadá.

Silva contou com uma parceria entre a Unifesp e o Centro de Estudos de Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs). Guiomar Silva Lopes, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp e orientadora de Silva, considera o programa oferecido pela cidade paulista aos idosos uma valiosa fonte de pesquisa. “Trata-se de uma população pequena e estável, o que facilita o acompanhamento dos participantes durante prazos mais longos”, disse.

As atividades físicas disponibilizadas incluem caminhadas, exercícios de aprimoramento de força muscular, equilíbrio, flexibilidade e capacidade aeróbica. Há também visitas domiciliares feitas por agentes de saúde, nas quais os idosos são incentivados a praticar atividades físicas frequentes, como ir ao mercado ou fazer um passeio a pé.

O consumo de remédios das participantes da pesquisa foi avaliado por meio do cadastro da Secretaria Municipal da Saúde de São Caetano do Sul. Na base de dados estão registradas informações relevantes sobre todos os participantes do Programa de Saúde da Família, incluindo os medicamentos consumidos regularmente.

Economia de medicamentos

Segundo Guiomar, os resultados do estudo poderão subsidiar políticas públicas que incentivem a atividade física visando à prevenção e controle das doenças crônicas associadas ao envelhecimento, reduzindo despesas com medicações e internações.

“Podemos perceber a importância desse estudo ao constatar que o idoso consome, no mínimo, cinco medicamentos associados a doenças ligadas ao envelhecimento”, disse a orientadora.

A relação causa e efeito entre atividade física e consumo de medicamentos ainda está sendo estudada. A redução dos níveis de pressão arterial proporcionada pela atividade física é uma das hipóteses levantadas pelo estudo de Silva, uma vez que a doença é uma das mais comuns entre a população idosa, estando presente em mais da metade das pessoas acima de 60 anos.

O diabetes, com prevalência de 25% entre idosos, é outra enfermidade afetada pelo nível de atividade física. “Há estudos indicando que exercícios respiratórios aumentam a sensibilidade do organismo à insulina”, comentou a professora da Unifesp.

Esse efeito é importante para as pessoas em cujos organismos a insulina não atua de maneira eficiente. “A resistência à insulina tem alta prevalência na população idosa e se caracteriza pela menor resposta à insulina, com aumento discreto da glicemia e da insulinemia. Estes fatores juntos contribuem para a obesidade e o aumento do risco de doenças cardiovasculares”, disse.

As mulheres são as que mais se beneficiam da prática de atividades físicas, no caso levantado em São Caetano do Sul. Guiomar conta que a pesquisa se restringiu ao público feminino porque ele representa a grande maioria dos participantes do programa.

A professora ressalta que não são completamente conhecidas as razões que levam a menor participação masculina nessas atividades. “Sabemos que a mulher tem expectativa de vida um pouco maior do que a do homem, aumentando a frequência de mulheres viúvas e sozinhas, porém esse fato não explica a absoluta ausência masculina”, disse.

Segundo Silva, o estudo destaca o fortalecimento da medicina preventiva, área que se encontra em crescimento e tem laços com a educação física. “A prescrição de medicamentos ainda é preponderante na prática médica. Podemos diminuir esse consumo de remédios com métodos de prevenção baratos e simples como a atividade física”, sugeriu.


FONTE E IMAGEM: Agência FAPESP

domingo, 25 de julho de 2010

RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL

Cláudio Quintanilha Siqueira
Sabemos, hoje, que um dos fatores causadores de problemas coronarianos é a obesidade, porém “ela é tida como uma relação codependente com outros fatores” (PINTO et al, 2007) e, segundo Silverthorn (2003), os fatores de risco são geralmente divididos entre aqueles que a pessoa não tem controle (sexo, idade, histórico familiar de doenças etc) e aqueles que podem ser controlados como tabagismo, obesidade, sedentarismo, altas taxas de colesterol e triglicerídeos.
Segundo Pinto et al (2007) a população obesa vem crescendo cada vez mais e isto é um fato preocupante porque, além de doenças cardíacas a pessoa está sujeita a adquirir outras doenças relacionadas à obesidade, como o diabetes tipo II que afeta, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo e no Brasil a ocorrência média de diabetes na população acima de 18 anos é de 5,2%, o que representa 6.399.187 pessoas.
De acordo com Alves, Coutinho & Santos (2008) a avaliação antropométrica e a identificação do excesso de peso podem favorecer a identificação precoce do risco cardiovascular e, dizem ainda, “estudos destacam que a circunferência da cintura elevada, além da inadequação de outros índices como índice de massa corporal (IMC) e a razão da circunferência cintura/quadril (RCQ) podem contribuir para o aumento do risco coronariano.”
Machado & Sichieri (2002) obtiveram em estudo relacionando a circunferência cintura/quadril entre homens e mulheres adultos resultado que mostra que a RCQ inadequada esta associada diretamente à idade, tabagismo e IMC e inversamente a escolaridade, renda e atividade física e que “a distribuição da gordura corporal tem um forte determinação genética.”
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda as medidas dos perímetros da cintura e do quadril como referência para a identificação do risco coronariano, pois o aumento da deposição de gordura abdominal na população pode fornecer um indicador sensível dos problemas de saúde relacionados ao sobrepeso. Além disso, “a utilização dessas medidas tem a vantagem da simplicidade e basear-se em medidas de fácil obtenção, sendo por isso um instrumento de grande valia.” (PEREIRA, SICHIERI & MARINS, 1995). Segundo as autoras, se comparada à razão cintura/altura (RCA) e ao perímetro da cintura (PC) a RCQ apresenta maior capacidade preditiva de hipertensão arterial e menor correlação com o IMC, permitindo maior discriminação de indivíduos em risco de doença crônica, “particularmente hipertensão arterial” e encontraram evidências de que indivíduos com IMC abaixo de 25 kg/m² apresentaram RCQ com melhor desempenho. Resultados que evidenciam que o efeito da gordura total pode ser menos importante do que o efeito da gordura depositada no abdômen, “em consonância com o que tem sido sugerido por outros autores.”
A obtenção da RCQ é fácil, porém, deve ser realizada por pessoas capacitadas para evitar avaliações enganosas e atitudes precipitadas. Utilizaremos no presente trabalho as técnicas apresentadas por Marins & Giannichi (2003) para a obtenção dos perímetros da cintura e do quadril:
Circunferência abdominal (cintura): o ponto anatômico de referência é a cicatriz umbilical, colocando-se a fita em plano horizontal.
Circunferência do quadril: a fita deverá ser colocada de forma horizontal, tomando como ponto de referência a região de maior volume dos glúteos.
Agora, para se determinar a RCQ basta dividir os resultados obtidos:
RCQ = Cintura (cm)/Quadril (cm).
Pereira, Sichieri & Marins (1995) indicam utilizar os valores de 0,95 como referência da RCQ para homens e 0,80 para mulheres, porém, Pinto et al (2007) utilizaram em seu estudo a tabela de classificação do programa Physical Test 5.0 para analisar a classificação da RCQ, o que nos fornece valores mais específicos para as diversas faixas etárias.

O presente trabalho não tem a intenção de ser referência absoluta no tema em questão. Pretendemos apenas fornecer conhecimentos básicos a respeito de um assunto que atinge a todos e que tem sido tratado como problema de saúde pública. Os profissionais de saúde devem sempre ser consultados antes de tomarmos decisões ou nos medicar. Procurem orientação junto aos profissionais capacitados para evitar erros de avaliação e atitudes que possam comprometer a sua saúde.


REFERÊNCIAS

ALVES, Lívia Ramos; COUTINHO, Vanessa; SANTOS, Luana Caroline dos. Indicadores antropométricos associados ao risco de doença cardiovascular. Arquivos Sanny de pesquisa em Saúde, Santos, v.1, n.1, set./out. 2008.

BRASIL, Ministério da Saúde. Dia Mundial do Diabetes. Disponível em http://portal.saude.gov.br/saude/area.cfm?id_area=1457

MACHADO, Paula Aballo Nunes; SICHIERI, Rosely. Relação cintura-quadril e fatores de dieta em adultos. Revista Saúde Pública. Vol 36, nº 2. São Paulo: abr-li/2002. Disponível em http://www.scielosp.org/pdf/rsp/v36n2/9212.pdf

MARINS, João C. Bouzas; GIANNICHI, Ronaldo S. Avaliação e Prescrição de Atividade Física: Guia prático. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.

PEREIRA, Rosângela Alves; Sichiery, Rosely; MARINS, Vânia M. R. Relação cintura-quadril como preditor de hipertensão arterial. Caderno Saúde Pública. Vol. 15. Nº 2. Rio de Janeiro: 1999.

PINTO, Marcus Vinícius de Mello et al. Análise dos riscos coronarianos através da relação cintura-quadril em taxistas residentes na cidade de Cara-tinga-MG. Revista Digital – Buenos Aires –Ano 12 – nº 114 – Novembro de 2007. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd114/riscos-coronarianos-em-taxistas.htm

SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana: Uma abordagem integrada. 2ª Ed. São Paulo: Manole, 2003.


IMAGENS

http://solegelo.blogspot.com/2008/06/explorar-as-pase-de-matemtica-2008_29.html

http://andreiatorres.blogspot.com/2007/05/relao-cintura-quadril.html

terça-feira, 20 de julho de 2010

OVERTRAINING

Por algum motivo ainda desconhecido - barbeiragem, talvez - eliminei este post do blog e como já faz algum tempo que foi postado estou publicando novamente o mesmo artigo, sem mudanças ou atualizações.

Um abraço




Cláudio Quintanilha Siqueira
A prática regular de atividades físicas provoca adaptações fisiológicas no organismo. Essas mudanças dependem do tipo de exercício realizado e da sua intensidade e, segundo Nakamoto (2005), as principais mudanças são: aumento do consumo máximo de oxigênio; diminuição da frequência cardíaca de repouso; aumento da força muscular e aumento do débito cardíaco. Tais mudanças estão associadas a menor incidência de doenças crônico-degenerativas como o diabetes e a hipertensão arterial (ACSM, 2000). Entretanto, quando a prática de exercícios é realizada de forma exagerada e sem a orientação de um profissional qualificado poderão ocorrer vários problemas “em decorrência de se ultrapassar os limites do próprio corpo e do bom senso”(PORTO, 2003) e o praticante desenvolver condições favoráveis para o surgimento da Síndrome do Excesso de Treinamento ou overtraining.
O overtraining é definido por Dieffenbach (2007) como um conjunto de sintomas que aparecem quando as capacidades físicas, emocionais e/ou psicológicas do atleta não suportam as demandas impostas . Assim, atletas e não atletas podem causar danos à saúde devido ao excesso de exercícios (ACKEL, 2003), favorecendo o surgimento de alguns problemas como anorexia nervosa, bulimia, distúrbios do sono, disfunções hormonais, redução do número de espermatozóides entre outros (BUDGETT e colls, 1998, citado por ACKEL, 2003).
Porto (2003) observa que a frequência de treinamento e a soma de atividades devem respeitar a individualidade biológica, a genética, nível de aptidão física, sexo, idade, estilo de vida, intensidade, volume, dieta e tempo de repouso.
O principal sintoma da síndrome do overtraining, segundo Nakamoto (2005), é a queda persistente do desempenho, mesmo após um período de treinamento leve ou de descanso total. Assim, ainda de acordo com a autora “a periodização do treinamento com recuperação suficiente pode evitar a ocorrência de OVT caso sejam levados em consideração outros estressores e as suas influências na recuperação”. Nakamoto (2005) conclui afirmando que a melhor forma de tratamento para a síndrome do overtraining é a prevenção.
Rohlfs et all (2005) apresentam uma análise dos fatores que contribuem para o aparecimento e manutenção dos sinais e sintomas característicos do overtraining. Entretanto, no presente trabalho, iremos nos ater apenas ao resumo de tais análises.
• Estresse: o termo estresse denota o estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e desequilíbrio da homeostase, disparando o processo de adaptação caracterizado, entre outras alterações, pelo aumento da secreção de adrenalina produzindo distrúrbios fisiológicos e/ou psicológicos. Observa-se que a síndrome do excesso de treinamento em geral decorre da soma de vários eventos estressores como treinamento físico, perda de sono, mudança de residência, dificuldades interpessoais. “Quando o organismo fica sob estresse por um longo período, o estágio de exaustão pode ser alcançado”.
• Fadiga: de acordo com os autores, o termo fadiga tem sido definido como a “incapacidade para manter o rendimento de potência”, tanto em exercícios de resistência como em estados de treinamento excessivo, podendo ser dividida em fadiga periférica – afetam os músculos – e fadiga central – afetam o cérebro.
“A fadiga muscular geralmente envolve uma inabilidade de gerar energia numa proporção suficiente para manter uma atividade física”.
Os autores continuam listando uma série de doenças associadas à fadiga, incluindo a anemia, mononucleose, hipoglicemia, hipotireoidismo e síndrome da fadiga crônica.

A síndrome do excesso de treinamento tem provocado sérias consequências em atletas de alto rendimento devido às exigências do esporte competitivo, mas mudanças nos padrões estéticos e a busca por um bom condicionamento físico tem levado indivíduos não atletas a excederem os seus limites físicos e psicológicos, ocasionando o surgimento do overtraining. Rohlfs et all (2005) consideram indivíduos altamente suscetíveis ao desenvolvimento do quadro de overtraining:
• Atletas muito motivados;
• Atletas de alto rendimento;
• Atletas que retornam precocemente aos treinos antes de estarem completamente recuperados;
• Atletas e não atletas autotreinados;
• Indivíduos com orientação técnica não qualificada.



REFERÊNCIAS

ACKEL, Carolina Rivolta. Síndrome do Overtraining. Centro de Estudos de Fisilo-gia do Exercício. Disponível em http://www.scf.unifesp.br/artigos/overtraining_carol.htm
Data: 01/12/2008.

DIEFFENBACH, Kristin. Overtraining & Under-recovery. Podium Sports Journal. Disponível em http://www.podiumsportsjournal.com/2007/02/15/overtraining-under-recovery/
Data: 01/12/2008.

NAKAMOTO, Fernanda Patti. Consequências Fisiológicas do Overtraining. Cen-tro de Estudos de Fisiologia do Exercício. Disponível em http://www.centrodeestudos.org.br/pdfs/ovt.pdf
Data: 01/12/2008

PORTO, Fausto Arantes. Overtraining ou super treinamento. Disponível em http://www.saudeemmovimento.com.br/conteudos/conteudo_exibe1.asp?cod_noticia=935 . Data: 01/12/2008

ROHLFS, Izabel Cristina Provenza de Miranda et all. Relação da síndrome do ex-cesso de treinamento com estresse, fadiga e serotonina. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol. 11 n° 6. Niterói, novembro/dezembro/2005.

sábado, 17 de julho de 2010

Radicias livres

Cláudio Quintanilha Siqueira

Em 1954 o médico e químico Dr. Denham Harman concluiu que os radicais livres são a causa básica do envelhecimento e as doenças relacionadas e que a sua ação no organismo pode ser modificada por fatores genéticos e ambientais. São for-mados na mitocôndria onde as células produzem energia a partir o oxigênio e da glicose, num processo de conversão dos nutrientes dos alimentos ingeridos em energia. São átomos ou moléculas que contêm número impar de elétrons em sua última camada eletrônica (lembra das aulas de química? K, L, M,...ahrrr) e podem danificar as células sadias do corpo, entretanto, nosso organismo possui enzimas capazes de reparar 99% dos danos causados pela oxidação, controlando, assim, o nível desses radicais produzidos pelo nosso metabolismo. Essas enzimas existentes no interior das mitocôndrias tem vários minerais na sua composição (ferro, manganês, selênio) e, em caso de deficiência dessa enzima por falta desses minerais ou excesso de oxigênio, teremos um aumento dos radicais livres que podem escapar da mitocôndria e atingir a corrente sanguínea.
No entanto, não são apenas os processos metabólicos a única fonte de radicais livres. Fatores externos como poluição do ar, radiações, pesticidas, consumo de carne em excesso, cigarro, excesso de álcool, estresse, ingestão de gorduras saturadas (frituras) e gordura animal em excesso podem contribuir para aumentar a produção dessas moléculas,facilitando o aparecimento de doenças como o câncer, diabetes, depressão, doenças reumatológicas e cardiovasculares.
Uma parte do oxigênio que respiramos se transforma em radicais livres, por-tanto o exercício físico também é um importante gerador dessas moléculas. O exercício físico moderado traz benefícios orgânicos, no entanto, atividades físicas que ultrapassam os limites fisiológicos promovem um aumento na produção de radicais livres que quando não são devidamente neutralizados podem iniciar um processo chamado “estresse oxidativo”.
A ingestão adequada dos minerais e das vitaminas que atuam no sistema antioxidante do organismo contribuem para que os radicais livres permaneçam dentro dos limites fisiológicos, não causando envelhecimento e patologias.
Muitos alimentos possuem agentes que atuam no sistema antioxidante, pro-movendo o controle dos radicais livres: tomate, tofu (queijo de soja), chá verde, uva, vinho tinto, sementes de linhaça e girassol, milho, espinafre etc. A ingestão adequada das vitaminas C, E, A, beta caroteno e riboflavina também são agentes antioxidantes.
Pesquisas recentes, porém, indicam que a relação entre antioxidantes e o re-tardo do envelhecimento não é muito simples e que outros fatores podem ser mais importantes para uma vida longa que o combate aos radicais livres feito pelos antioxidantes, sendo muito cedo para os consumidores comprarem antioxidantes com a esperança de retardar o envelhecimento. “Radicais livres talvez estejam envolvidos no envelhecimento de maneiras complexas, mas a noção simples de que ‘eles estão lá, eles são tóxicos, eles causam o envelhecimento’ parece estar errada” diz o pesquisador Siegfried Hekimi da Universidade McGill do Canadá.


IMAGEM: www.palavrademedico.kit.net/saladaquimica.jpg


FONTES

FEREIRA, MATSUBAR :Radicais livres: conceitos, doenças relacionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo . Revista da Associação Médica Brasileira, vol. 43, nº 1. São Paulo, 1997. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-42301997000100014&script=sci_arttext

Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Radical_livre

Universidade Federal de Santa Maria: http://www.ufsm.br/nitrico/site/radicaislivres.htm

Estudo indica que antioxidantes não retardam o envelhecimento. Disponível em http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4562293-EI8147,00-Estudo+indica+que+antioxidantes+nao+retardam+o+envelhecimento.html:

Análise do consumo de agentes antioxidantes por indivíduos praticantes de atividade física
- Luis Paulo Gonçalves da Rocha. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd144/analise-do-consumo-de-agentes-antioxidantes.htm

Radicais livres: o que são, como se formam, participação nas doenças, benefícios. Disponível em http://biologiaecologia1globalwarming.wordpress.com/2010/02/06/radicais-livres-o-que-sao-como-se-formam-participacao-nas-doencas-beneficios

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Quer parar de fumar?

A Secretaria Municipal de Saúde da prefeitura de Campos, através do Programa Municipal de Controle do Tabagismo, aferece aos interessados em abandonar o vício tratamento com consultas individuais e acompanhamento.
O Programa conta com psicólogos, assistente social, enfermeiro e médicos e a pessoa que estiver realmente interessada em abandonar o cigarro integrará grupos formados por até 15 pessoas que se reúnem semanalmente.
Segundo o enfermeiro William Thomei que integra o Programa eles acompanham o pessoal por um ano e, nesse período, todos são tratados e recebem toda a ajuda necessária para abandonar o fumo. Ainda de acordo com o enfermeiro, eles visitam escolas, empresas e hospitais levando informações.
Os interessados podem procurar a Secretaria Municipal se Saúde localizada a rua Voluntários da Pátria nº 875 (Centro) ou ligar para o telefone 2726-1350 (ramal 1313).
FONTES:

http://www.campos.rj.gov.br/portal/exibirNoticia.php?id_noticia=2468

www.fmanha.com.br/blogs/folhanoar/?p=550

IMAGEM: Arquivo pessoal



sábado, 10 de julho de 2010

Coração saudável, corpo saudável

Músculo mais importante, o coração é a chave para um corpo saudável. A cada batida ele fornece alimento e oxigênio às células.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os principais fatores de risco para as doenças coronarianas são o tabagismo, a hipertensão, o diabetes, a obesidade, dislipidemias e sedentarismo.
Apesar dos aspectos genéticos terem influência nos problemas cardíacos, muitos fatores de risco podem ser controlados, basta uma mudança no estilo de vida, principalmente no que se refere à alimentação e à prática de atividades físicas regulares.
Uma dieta saudável, onde o consumo de vegetais, frutas e grãos integrais devem ser privilegiados e o uso de sal e bebidas alcólicas moderados, aliada à prática regular de atividade física, são essenciais para a saúde do coração.
Esses hábitos devem começar na infância. O estilo de vida de muitos jovens inclui alimentação inadequada e falta de atividade física, levando a problemas como hipertenção, obesidade e alto teor de colesterol que estão cada vez mais frequentes entre as crianças e adolescentes.
Alguns cuidados podem ser tomados para evitarmos os problemas cardíacos e manter uma vida saudável:
  • Caminhar aproximadamente 30 minutos por dia ou 10 a 15 minutos algumas vezes ao dia.

  • Observe a sua alimentação, procurando evitar o sal, gordura animal e refrigerantes. Dê preferância aos óleos vegetais (azeite de oliva, por exemplo) e sucos naturais.

  • Se você é fumante, tente parar. O fumo, além de ser um fator de risco para problemas cardíacos, aumenta a chance de câncer de pulmão.

  • Mantenha o peso dentro de uma faixa aceitável. Excesso de peso sobrecarrega o coração, além de estar associado ao diabetes tipo 2.

  • O controle da pressão arterial e do colesterol é fundamental. Menos sal e gordura na alimentação são grandes auxiliares nesse controle.

  • Se você tem diabetes, o risco de ter doenças cardíacas é maior. Procure controlar a doença através do tratamento adequado.

FONTE: Informativo Petros de setembro/2008.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Impacto dos exercícios é maior do que se pensava

A ciência descobre que a atividade física atua em nível molecular, interfere na produção de mais de 20 substâncias importantes para o metabolismo e protege o DNA
Rachel Costa

Dois estudos divulgados recentemente confirmaram que o impacto da atividade física no organismo é muito mais profundo do que se imaginava. De acordo com os trabalhos, quando o corpo é posto em movimento, processos químicos ocorrem no interior das células e desencadeiam reações, em nível molecular, que resultarão em mais benefícios.
Um dos trabalhos foi realizado por pesquisadores do Massachusetts General Hospital (EUA). Eles avaliaram as respostas do organismo de indivíduos saudáveis antes, imediatamente após e uma hora depois de uma sessão de exercícios – 25 eram maratonistas. A primeira conclusão foi de que os exercícios físicos interferem na produção de cerca de 20 diferentes metabólitos, entre eles substâncias ligadas à queima de açúcares, gorduras e aminoácidos (matérias-primas das proteínas). Uma delas, especialmente, chamou a atenção: a vitamina niacinamida, que ajuda na liberação da insulina, o hormônio que permite a passagem da glicose do sangue para as células. Quando há excesso de glicose na corrente sanguínea, o indivíduo torna-se diabético.
Outra constatação foi de que o metabolismo de pessoas mais bem condicionadas fisicamente é superior ao das mais sedentárias. “A partir dos resultados, podemos ajudar na melhoria do desempenho e na redução de riscos de diabetes por meio de intervenções, pelos exercícios, sobre o metabolismo do paciente”, descreveu um dos autores da pesquisa, o médico Robert Gerszten.
Na Universidade da Califórnia (EUA), os pesquisadores verificaram que, quando exercitado, o organismo é capaz de inibir a ação do stress sobre os telômeros, sequências de DNA cujo tamanho é um indicativo do grau de envelhecimento das células. Quanto menor, mais avançado está esse processo. Foram examinadas 62 mulheres, várias delas responsáveis por cuidar de familiares doentes. Mesmo em situação de stress, o comprimento dos telômeros permaneceu maior entre as que realizavam séries semanais de pelo menos 75 minutos de exercícios. “Uma das explicações é de que a prática estimula a atividade dos telômeros”, disse à ISTOÉ um dos autores da pesquisa, o psicólogo Eli Puterman. “Isso atenuaria os efeitos prejudiciais do stress.”
Aprofundar o conhecimento sobre o impacto dos exercícios no corpo também é meta dos brasileiros. Na Universidade de São Paulo, a pesquisadora Patrícia Brum investiga como a prática esportiva ajuda no tratamento da insuficiência cardíaca (incapacidade de o coração bombear sangue para o corpo). “Acreditava-se que o paciente não podia ter um gasto energético maior, já que seu coração bombeava mal”, lembra Patrícia. “Por isso os exercícios eram proscritos.” O mito caiu depois que se descobriu o papel dos íons cálcio na célula cardíaca e o modo como se alteram mediante a atividade física. “Esses íons são um dos responsáveis pela contração da célula cardíaca e, quando estimulados por exercícios, trabalham melhor”, diz.
Telômeros, metabólitos e íons cálcio são apenas algumas das estruturas nas quais foram mapeados os efeitos moleculares dos exercícios. “Além deles, já se sabe que se exercitar inibe a produção de mais glicose”, complementa José Rodrigo Pauli, da Universidade Federal de São Paulo. Com os avanços nos estudos, a expectativa é de que fique cada vez mais evidente a importância das atividades físicas.




FONTE: Revista ISTOÉ online.

IMAGEM: www.portalterceiraidade.com.br

domingo, 4 de julho de 2010

Atleta campista no Ironman de Frankfurt

O professor Roberto Moraes informa em seu blog que o atleta Renato David Clarck de Aquino completou a prova de Ironman, na cidade de Frankfurt, Alemanha em em 13 horas e 24 minutos. O blog publica também os resultados por etapa. Veja aqui.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Culpa da bicicleta

Thais de Lima

Silenciosamente, a bicicleta invadira sua vida. Sabia que ela estava tomando conta de tudo. Ela não, elas. Agora já eram cinco. No início uma só, que ficava em um cantinho da área de serviço. Na época ainda parecia uma pessoa normal. O emprego, a casa, o marido, as roupas, tudo igualzinho de gente normal.
Mas ela ficava lá no canto, cabisbaixa. Guidão borocoxô, pneus murchos, bagageiro arriado. Sonsa, pura chantagem emocional. Não resistia e a levava para passear. Mas ela, insaciável, sempre queria mais.
Começou a fazer cara triste todo dia, uma agonia só. O jeito era evitar a área de serviço. Foi pior, passou a ouvir vozes: “Ei, psiu, Paracambi. Psiu, Paracambi é logo ali”.
Maquiavélica, ela. A bicicleta. Quando o marido, digo, ex-marido ficou aborrecido por que a mulher só queria saber de girar por aí, elas foram embora. Ela e a bicicleta. Conquistar sua liberdade, por que liberdade concedida não interessa.
Mas a bicicleta queria mais, mais bicicletas. Começaram a chegar outras. O apê de Copa ficou pequeno, seria preciso uma casa maior. No subúrbio é mais barato, e foram todas elas para um bairro afastado, em um apartamento grandão. Ardilosas.
Da área de serviço ocuparam um quarto inteiro. No trabalho questionaram sua sanidade mental: hora de mudar de emprego. A família assustava-se: filha que ia de bicicleta almoçar em Jaconé só podia estar maluca. Tudo culpa dela, da bicicleta.
Contudo algo ia errado, muito errado. Estavam rodando menos por aí: a dona andava cabisbaixa, assim meio borocoxô. Olhos murchos, cara arriada, tal qual bicicleta encostada. Aquela alma, que antes pedalava nas nuvens, ultimamente girava meio nublada.
Arquitetaram então um plano: aumentar a família. Precisariam de mais gente sobre duas rodas. Encontraram a vítima perfeita: um ciclista dentista, para juntar escovas de dente e as magrelinhas. E a dona, moça pequenina, descobriu como sentir grande. Grande, mas tão grande, de mal caber no peito.
Tudo começou numa viagem, cada qual com sua vida e seus pares. Mas durante a noite, na cabeça, era o outro que povoava o dormir. Não resistiram àquilo: foram almoçar na Cobal. E o almoço se estendeu por quatro dias e quatro noites, por que não se desgrudaram desde então. Tudo culpa dela, da bicicleta.
Fim dos quatro dias e eles revezavam as casas, coladinhos todo dia tal qual chiclete em cabelo de menina. A solução não podia ser outra: juntar as rodas de vez, e ao final de um mês, que coisa: o endereço era um só.
O quarto ficou pequeno e elas ocuparam também a varanda. A empregada passou mal quando viu tanta bicicleta junta. Nem conseguia entender de onde vinha tanta lama. A máquina de lavar roupas deu pane.
Depois de oito meses, o assunto não é outro e bicicleta virou até trabalho. Viajar? Só de bici. Tudo passou a girar em ciclos, no ritmo de pedais e quilômetros. E a dona ficou conhecida por aí como a mulher da bicicleta, a Mulher de Ciclos. Agora o casal segue bolando novas aventuras sobre duas rodas, porque ainda precisam descobrir muita coisa juntos. E pedalando, oras, o mundo gira!