"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



quarta-feira, 26 de novembro de 2008

VIAGEM CAMPOS DOS GOITACAZES (RJ) - GUARAPARI (ES)

Cláudio Quintanilha Siqueira
14/11/2008 – sexta-feira
O tradicional passeio a Guarapari foi um sucesso!
Organizado pela Hard Bike Sport, tendo a frente o “maestro” José Ornes e a “garota-propaganda” Kellen, o passeio já virou tradição, sendo esta a 5ª edição do evento que teve como novidade a companhia de outras pessoas além dos ciclistas que percorrem o trajeto no pedal. Parentes e amigos que optaram em ir de ônibus, fretado para este fim, puderam se juntar ao grupo pela manhã.
A saída aconteceu, como de praxe, em frente a Hard Bike. Após duas orações lideradas por Luciano, os onze pedalantes saíram em direção ao destino às 20h5min, tendo como carro de apoio a Kombi da loja pilotada por José Lírio. Os outros, que são normais, saíram mais tarde no ônibus para dormir em Guarapari e nos encontrar lá pela manhã.

A chuva que caiu o dia todo também nos acompanhou até São Francisco do Itabapoana – uma chuvinha fina, porém persistente - mas nem isso tirou o ânimo da galera. Após percorrermos aproximadamente 30 km tivemos o nosso primeiro contra-tempo: um pneu furado, que foi rapidamente consertado.

Em São Francisco do Itabapoana, fizemos a primeira parada para um lanche mais reforçado, não sem antes rolar um pequeno estresse. Os primeiros a chegar a uma pequena lanchonete localizada na beira da pista disseram para os demais seguirem em frente, que não era para parar. Bom, seguimos eu, Jaba e José Carlos em frente, mas não encontramos nenhuma padaria aberta como desejávamos – também, as onze e tantas da noite, né? - e ficamos esperando pelo pessoal. Após uns longos minutos de espera e vendo que ninguém aparecia, resolvemos voltar para ver o que estava acontecendo. Eles apenas lanchavam enquanto os três patetas ficaram aguardando. Aí foi aquele disse-me-disse. Mas no final tudo se resolve e a coisa descambou para a sacanagem, como sempre acontece. E Tarcísio, como é de praxe, levou a culpa pelo mal entendido.
Em alguns trechos o asfalto é muito ruim e um dos milhares de buracos resolveu se postar exatamente onde passaria Vaninho, jogando o mesmo ao chão. Nada além de um joelho esfolado. Ele escolheu a hora e o local errados para limpar os óculos.
A primeira baixa aconteceu em São Francisco. Bebel resolveu se poupar para o dia seguinte e trocou a bike pela Kombi.
A segunda baixa foi desse que vos escreve. Depois de pedalar aproximadamente 80 km até a divisa dos estados do RJ e ES, em Barra do Itabapoana, também resolvi poupar os meus joelhos. Logo em seguida veio Luciano que pegou uma carona até Marataízes e lá retornou ao pedal.
A partir da divisa dos estados até Marobá a estrada é um horror. Areia, buracos e poças d´água tornavam o percurso difícil, exigindo grande esforço dos ciclistas.
Em Marataízes, já de manhã, o grupo parou para tomar café e o coitado do Lotério se jogou na calçada feito um molambo. Enquanto os demais repunham os carboidratos gastos ele ficou lá, jogado no chão.

Na saída de Anchieta encontramos o para-atleta Helinho – veja a última entrevista no blog – iniciando mais um treino. Falante como sempre, conversou um pouco com o grupo, contou alguns causos, tiramos algumas fotos e lá foi ele, pedalando numa perna só em direção a Guarapari.
Aproximadamente às 10h40min o grupo chegou a Guarapari, onde o restante do pessoal nos aguardava, inclusive Jaba e Cristiano que a partir de Anchieta dispararam na frente e chegaram uns 30 min antes dos demais. Que gás!
Para muitos a cidade de Guarapari dispensa apresentações, mas para aqueles que não a conhece segue abaixo um resumo do que é este pequeno pedaço do litoral capixaba.
Localizada a apenas 64 km da capital do estado Vitória e a 200 km de Campos dos Goitacazes, Guarapari possui a orla quase totalmente urbanizada e, segundo o Guia Quatro Rodas, a melhor moqueca capixaba. Além da vida noturna, hotéis, bares e restaurantes, a cidade oferece outras atrações como a Igreja Matriz, construída de 1585 pelo padre Anchieta; praias, como do Morro, dos Namorados, Castanheiras, Areia Preta, Meaípe entre outras e turismo de aventura: mergulho, escalada e rapel.
No domingo pela manhã, saímos para uma pedalada até Buenos Aires. Aqueles que levaram as suas bicicletas no ônibus juntaram-se aos outros para subir a serra enquanto os demais foram no ônibus para nos encontrar lá.
De um total de aproximadamente 10 km, uns 6 é composto de subida com vistas muito bonitas da cidade, das praias e parte da mata atlântica. Não é de espantar que praticamente metade do grupo pediu clemência antes de concluir a subida e outros somente conseguiram empurrando a bike morro acima. Mas o resultado foi compensador. Além dos banhos revigorantes na cachoeira o grupo foi apresentado a Nasser e sua família que vive isolado no local.
Lá pelas 18 horas retornamos para Campos revitalizados e prontos para mais uma semana de labuta. Bom, eu acho, né.
Veja as impressões dos bikeloucos (para evitar crises de ciúmes, muito comuns entre os psicopatas do grupo, os nomes serão listados em ordem alfabética.)
Bebel – Foi um sofrimento. Um grande desafio. Vou me preparar melhor para a próxima vez.
Carlinho – Excelente!
Clarice – Foi a minha primeira pedalada a Buenos Aires (Guarapari). Adorei a experiência! Foi o máximo conhecer a família Nasser; ter o apoio dos companheiros Cacau e Lotério quando a corrente da minha bike quebrou. Desci melhor com as orientações do Lotério. Haviam me ensinado de forma errada. Se não fosse a dificuldade em passar as marchas, teria subido melhor. Mas fui e voltei na bike. E a chegada foi uma felicidade, pela quebra de limites a que me propus.
E para fechar com chave de ouro, os colegas Cristiano e Carlinho me acompanharam de bike para ver o mar e algumas ruas da cidade, já que não saí ontem por causa das provas que fiquei corrigindo. Obrigada!
Cristiano – Agradeço a Deus pela oportunidade de estar junto com os amigos e que essa união perdure.
Hugo – Pensei em desistir, mas no final fui premiado. Excelente passeio.
Jaba – O percurso foi leve e gratificante, mas Tarcísio pediu arrego. Vaninho é testemunha.
O momento único do passeio foi quando a “perereca” do Tarcísio voou longe quando ele foi fazer uma graça para um cachorro próximo a Marataízes.
José Carlos – Foi a minha primeira experiência num percurso longo. Foi melhor do que o esperado.
Lotério – A soma da ecologia com o esporte gera mais amor. Foi excelente o convívio familiar.
Luciano – Foi difícil, mas se houver outra eu vou de novo.
Tarcísio – Foi uma das mais duras e mais prazerosas.
Vaninho – Não foi uma viagem, foi um massacre. Fui enganado. Mas venho de novo.

Bom, pessoal. Até a próxima. Ano que vem tem mais.