"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



segunda-feira, 10 de março de 2014

Ciclista que perdeu braço após ser atropelado é obrigado a sair de audiência


SÃO PAULO - O ciclista que perdeu um braço em um atropelamento na Avenida Paulista em março do ano passado foi obrigado a sair do julgamento do acusado de tê-lo agredido porque o réu se sentiu "coagido" com a sua presença. A audiência ocorreu na tarde desta quarta-feira, 26, no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste.
O estudante David Santos Souza não pôde assistir ao depoimento de cinco testemunhas defesa: um policial, uma psicóloga, um vizinho, o pai e o amigo do acusado. Alex Kozloff Siwek responde por lesão corporal e não por tentativa de homicídio, após o Tribunal de Justiça de São Paulo ter decidido que ele não deve ir a júri popular.
Segundo a denúncia, o braço do ciclista ficou preso no carro de Siwek, que fugiu sem prestar socorro e jogou a parte amputada do corpo da vítima em um rio. A defesa do réu pediu para que sejam ouvidos mais dois PMs como testemunhas e, por isso, o interrogatório de Siwek foi adiado para o dia 2 de abril.
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,ciclista-que-perdeu-braco-apos-ser-atropelado-e-obrigado-a-sair-de-audiencia,1134977,0.htm

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http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,ciclista-que-perdeu-braco-ao-ser-atropelado-reve-quem-o-socorreu,1013634,0.htm

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ciclista-e-atropelado-na-avenida-paulista,1006917,0.htm

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Matéria da revista Veja Rio - Pedais de ouro

A revista Veja Rio publicou na sua última edição uma matéria que, no mínimo, pode facilitar a vida dos ladrões de bikes no Rio de Janeiro, sem falar que pode até estimular aqueles que ainda não pensaram nesse nicho de "negócio". Como se já não bastassem os assaltos que vem ocorrendo em vários pontos da cidade do Rio - e outras também -  a revista acaba de prestar um grande serviço aos ladrões, divulgando marcas e valores das bicicletas e acessórios, além de indicar os lugares frequentados pelos ciclistas. Confira aqui a matéria e a sua repercussão perante a comunidade esportiva ou leia abaixo e deixe o seu comentário.
Obrigado.

Pedais de ouro

Cariocas aderem às bicicletas de alta performance, que chegam a custar o dobro do valor de um carro popular

por Louise Peres | 05 de Fevereiro de 2014
Felipe O’neillNuno e Carolina Nunes: 3 000 reais só em acessórios

Da orla aos parques, passando pelas vias mais movimentadas, basta olhar ao redor para perceber que as bicicletas se tornaram um elemento onipresente na paisagem carioca. Embora o caminho para transformar o Rio numa capital amigável aos ciclistas seja longo e os cidadãos ainda se sintam temerosos diante dos riscos de encarar nosso trânsito caótico, há quem leve o esporte sobre duas rodas a sério. Diferentemente daqueles que usam o meio de transporte para passear ou ir ao trabalho, essa turma gasta como profissionais, investindo pesado nos equipamentos. Para se ter uma noção, alguns modelos de bicicleta à venda por aqui chegam a custar 50 000 reais. "Só não dormimos com elas porque não tem espaço na cama", brinca a advogada Carolina Nunes, 36 anos, que se prepara para competir na Áustria, em agosto, ao lado do marido, Nuno Nunes, 40 anos. O casal é dono de quatro exemplares comprados por cerca de 15 000 reais cada um. E os gastos não param por aí. Nessa conta ainda é preciso incluir as despesas com os acessórios, que também não são nada baratos. Do capacete às sapatilhas, lá se vão mais uns 3 000 reais.

Não basta ter dinheiro para seguir o exemplo do casal Nunes. É preciso adotar ainda um estilo de vida quase militar e ter disposição de sobra. Esse pessoal costuma acordar todo dia de madrugada, ali por volta das 4 horas, para pedalar em lugares como a Vista Chinesa ou as Paineiras. Isso significa que eles não vão sair à noite no dia anterior e provavelmente não poderão comer nada pesado (muito menos beber). A opção pela saúde acaba restringindo a vida noturna e pode causar problemas ao namoro — especialmente se o parceiro ou a parceira não pertencer à galera do pedal. "A solução é encontrar um namorado ciclista", brinca a economista Michele Curvelo, de 41 anos, que, no ano passado, investiu 29 000 reais em um modelo mais moderno.

Fotos divulgação

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A tecnologia é o principal fator responsável por elevar o que seriam meras bicicletas ao status de artigo de luxo. Em sua maioria, elas são constituídas de materiais modernos como a fibra de carbono, o que faz com que fiquem muito mais leves, com cerca de 6 quilos apenas, e com isso ganhem mais velocidade nas pistas. Do design aerodinâmico aos aparatos de última geração, tudo é desenvolvido com foco nos atletas de alta performance, mas aos poucos as inovações vão chegando à grande indústria e acabam adotadas pelos ciclistas mais apaixonados.

De olho nesse público, começam a surgir espaços superespecializados no assunto. Há dois meses, foi inaugurado um desses na Barra. Favorita dos atletas que disputam o Ironman, um dos principais circuitos de triatlo do mundo, a loja da marca americana Specialized ocupa uma área de 800 metros quadrados. São mais de 150 modelos expostos e há a possibilidade de personalizar todo o equipamento. Seria algo como uma alfaiataria das magrelas, onde o ciclista tem todas as suas medidas aferidas em aparelhos dignos dos laboratórios de ficção científica. De acordo com a força da pisada, por exemplo, escolhe-se o melhor pedal. Já com as medidas dos ossos dos quadris é possível obter o selim mais adequado. Evidentemente, isso sai caro. Com frequentadores do porte de Luciano Huck e do técnico Bernardinho, o local cobra preços que são quase o dobro do valor de um carro popular. Ainda falta muito para que, no trânsito, os cariocas encarem e respeitem as bicicletas como qualquer outro veículo. No que diz respeito às cifras, ao menos, elas já chegaram lá.