"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



terça-feira, 22 de junho de 2010

Quem educa o ciclista?

Artigo publicado no jornal Mania de Saúde de junho de 2010 de autoria do engenheiro civil Antônio Carlos A. Manhães.

"Nas sociedades organizadas , regras de convivência são fundamentais para que o ambiente comum não se torne inviável.
Assim, todo conjunto de leis, regras sociais, regulamentos etc...bons ou não, justos ou não, são essenciais ao convívio humano.
Analisando o estado caótico no qual está se transformando o trânsito em nossa cidade, ocorreu-me a dúvida enunciada aqui - quem educa os ciclistas?
Campos vive uma fase de transição de cidade de interior de médio porte para cidade de grande porte, em razão do desenvolvimento próprio e, principalmente, do seu entorno.
O que assistimos hoje, notadamente praticado por veículos não licenciados - carroças de tração animal transitando em qualquer lugar e a qualquer hora e bicicletas indo e vindo desordenadamente em todas as direções, nos faz lembrar de cenas filmadas na Índia e mostradas, recentemente, na mídia. Muitos dos acidentes que provocam mal chegam ao conhecimento público, sendo muito frequente o atropelamento de idosos e crianças por bicicletas na contramão. Vale ressaltar que o Código Nacional de Trânsito impõe regras aos ciclistas que aqui não são observadas, tais como, uso de faixas reflexivas, campainha, capacete, etc.
Nossa cidade é desprovida de transporte público eficiente, o que estimula o uso de bicicletas - meio de locomoção barato e não poluente - e que, merece ser visto pela administração municipal com mais zelo e preocupação no sentido de organizá-lo e educá-lo, para que conheça seus direitos e deveres, de forma a conviver pacificamente com os demais agentes envolvidos no trânsito.
Finalizando, seria muito bom que fossem estabelecidas determinadas vias, com faixas exclusivas para ciclistas, removendo estacionamento de autos em algumas ruas da área central. Por outro lado, é necessário suprimirseu deslocamento em ruas e avenidas de maior fluxo para não atrapalhar a desejável fuidez do tráfego, complementando com a determinação de locais de estacionamento gratuito para biccletas, na área central da cidade, sob a guarda do município.
Torna-se fundamental, através da sociedade civil organizada, promover uma campanha ampla de divulgação das medidas a serem adotadas, visando educar o ciclista, conscientizando-o da importância do seu engajamento no processo, que só lhe trará benefícios.
Planejamento a longo prazo do transporte urbano na cidade já chegaria atrasado, no mínimo 20 anos, entretanto nunca é tarde para começar, afinal, preservar vidas é dever de todos a qualquer tempo."

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