O organismo humano é constituído por cerca de 75 % de água, que fornece minerais e participa da manutenção do equilíbrio térmico do corpo. É considerada o solvente universal, pois é capaz de dissolver várias substâncias, entre elas, os sais minerais e as vitaminas hidrossolúveis.
“A água é um nutriente não energético, porém fundamental para que o nosso organismo se mantenha em perfeito funcionamento.” (ALONSO et al, 2003). Portanto, a reposição hídrica é essencial para que os sistemas constituintes do corpo humano funcionem adequada e harmoniosamente.
Armstrong & Carminchael (2006) estimam que uma pessoa normal pode perder diariamente até 2,8 litros de água através do suor, da urina e da expiração. Durante exercícios em um dia de calor forte essa quantidade dobra ou triplica facilmente sendo, por isso, a circunstância que afeta mais adversamente o desempenho do ciclista.
Cunha & Viebig (2008) afirmam que, na realidade, a hidratação é necessária para a prática de qualquer atividade física, porque a água é indispensável para múltiplas funções fisiológicas e o corpo a perde muito rapidamente.
Além da função de equilíbrio térmico, a água serve de meio de transporte aos sais minerais - nutrientes importantes para o bom funcionamento do organismo, pois atuam nas funções do sistema nervoso, participam da formação dos dentes e ossos, compõem a hemoglobina do sangue etc. Portanto, “a manutenção do organismo com níveis adequados de água é importante para o sistema cardiovascular, para a termorregulaçao e para o desempenho físico durante a prática de exercícios.” (TAVARES et al, 2008).
Resumindo, os autores acima afirmam que, quando se inicia um exercício em condições de desidratação, são elevadas as probabilidades de ocorrerem efeitos adversos nas funções fisiológicas e na performance, e a hidratação, mesmo que parcial, atenua esses efeitos indesejáveis.
Cunha & Viebig (2008) esclarecem, entretanto que, para atividades prolongadas, de mais de uma hora de duração, ou para atividades de elevada intensidade, a água não contém sódio e carboidratos suficientes, favorecendo a desidratação, com diminuição do rendimento e prejuízos no mecanismo de termorregulação, tornando-se necessária a reposição dos sais minerais perdidos na transpiração.
As vantagens da re-hidratação com solução contendo carboidratos e eletrólitos foi demonstrada, segundo Tavares et al (2008), por Fallowfield (1995), quando submeteu indivíduos a correrem em uma esteira a 70% do VO2máx por 90 min, ou até a fadiga. Imediatamente após a corrida, os indivíduos beberam 1 litro de água com placebo ou então uma solução contendo eletrólitos e carboidratos. Um segundo litro das mesmas soluções foi consumido 2 horas depois. Esse volume correspondente a cerca de 109 a 116 % do volume de suor evaporados na primeira corrida, e foi suficiente para repor 63 a 66% do suor perdido. Após 4 horas de recuperação da primeira corrida, os sujeitos repetiram a corrida até a exaustão. O grupo parcialmente re-hidratado com a solução de carboidratos e eletrólitos, alcançaram a exaustão após 62 minutos, enquanto aqueles que beberam água permaneceram em atividade por somente 39,8 minutos.
Durante a atividade física Alves (2007) recomenda a ingestão de bebidas de fácil absorção, “para acelerar a hidratação e evitar transtornos gástricos”, e sugere, como principais opções: água, água de coco e os repositores hidroeletrolíticos comerciais.
Devemos ficar atentos a questão da reposição eletrolítica, pois, como já foi comentado acima, em atividades de longa duração a re-hidratação somente com água não é suficiente para suprir as necessidades de reposição dos sais minerais perdidos na sudorese e na respiração durante a atividade física, principalmente em altas temperaturas e alta umidade do ar.
Outro aspecto que deve ser levado em consideração: não espere sentir sede para se hidratar. Cunha & Viebig (2008) citam um estudo de Kenny (2004) que mostra a sede como um indicador deficiente das necessidades corporais de líquidos, principalmente para pessoas mais velhas que praticam atividades fisicas.
REFERÊNCIAS
ALONSO, Juan Azael Herrero; BOTO, René González; LÓPEZ, David Garcia. La hidratación del deportista. Revista Digital, Buenos Aires, nº 66, 2003. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd66/hidrat.htm. Data: 05/01/2009.
ALVES, Letícia Azen. Alimentação durante o exercício. Disponível em http://proximus.com.br/newsletter/2007/novembro/pag4.php. Data: 05/01/2009.
ARMSTRONG, Lance; CARMICHAEL, Cris. Lance Armstrong: programa de treinamento. São Paulo, Gaia, 2006.
CUNHA, Lílian Selerges Araújo da; VIEBIG, Renata Furlan. Perda hídrica e taxa de sudorese de adultos e idosos praticantes de hidroginástica observando-se a hidratação voluntária e realizando-se a hidratação monitorada com água e bebida esportiva. Revista Digital, Buenos Aires, nº 117, 2008. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd117/adultos-e-idosos-praticantes-de-.... Data: 06/01/2009.
TAVARES, Rejane Giacomelli et al. Importância da reposição hídrica em atletas: aspectos fisiológicos e nutricionais. Revita Digital, Buenos Aires, nº 119, 2008. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd119/reposicao-hidrica-em-atletas.htm. Data: 17/12/2008.
IMAGEM: http://www.unimedriosaudeesporteclube.com.br/dicas_ali_8.html
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