"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Soninha posa nua para divulgar ONG

Por Redação Yahoo! Brasil

Soninha Francine, subprefeita da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo, posou nua ao lado de uma bicicleta para um calendário que será lançado pela ONG CicloBR, no próximo dia 28, na capital paulista. O objetivo é chamar a atenção para o movimento que tenta convencer as pessoas a deixarem o carro em casa, usando um meio de transporte que não polui e não deixa as ruas engarrafadas - a bicicleta.
O calendário, porém, se atém a um problema grave vivido pelos ciclistas: a falta de respeito dos motoristas e a inexistência de vias seguras para o tráfego. Daí o nome do calendário ser "Como nus sentimos". O lançamento será no dia 28, num evento da ONG CicloBR no Parque das Bicicletas, em Moema, Zona Sul de São Paulo. O calendário mede 66cm x 33cm, terá tiragem inicial de 2 mil exemplares e vai custar entre R$ 40 e R$ 50. A venda será feita no site da ONG CicloBR.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pedal em Miracema

A amiga Angeline pede para divulgar o evento que acontecerá no dia 6/2/2010 em Miracema / RJ.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Dieta ou exercício?

Dieta ou exercício físico? Qual é a melhor opção para evitar problemas cardíacos?
Segundo um estudo divulgado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) com a colaboração da Escola de Educação Física e Esporte da mesma instituição, qualquer dos dois fatores evitou que ratos obesos desenvolvessem disfunção cardíaca.

Veja abaixo o texto completo.

Dieta ou exercício
29/1/2010

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Exercício físico ou restrição alimentar. Qualquer dos dois fatores evitou que ratos obesos desenvolvessem disfunção cardíaca, segundo um estudo feito na Faculdade de Medicina em colaboração com a Escola de Educação Física e Esporte, ambas da Universidade de São Paulo (USP).

O trabalho indicou também que a associação das duas condutas não medicamentosas não resulta em benefício adicional na função cardíaca. A explicação dos pesquisadores para isso é que cada uma das intervenções isoladamente já é suficiente para evitar que a obesidade crônica provoque a disfunção cardíaca.

De acordo com Carlos Eduardo Negrão, diretor da Unidade de Reabilitação Cardiovascular e Fisiologia do Exercício do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e orientador do estudo, as alterações cardíacas decorrentes da obesidade podem ser evitadas “se a restrição alimentar ou o exercício físico for utilizado como conduta não medicamentosa para interromper o processo de obesidade crônico”, disse.

Além de avaliar os efeitos do treinamento físico e da restrição alimentar na função cardíaca, um dos objetivos do estudo foi tentar esclarecer o papel dessas intervenções nos mecanismos moleculares envolvidos nas alterações cardíacas causadas pela obesidade.

Os resultados fazem parte da tese de doutorado “Efeito do treinamento físico e da restrição alimentar na função cardíaca e resistência à insulina em ratos obesos”, de Ellena Paulino, feita com apoio de Bolsa da FAPESP e defendida em novembro de 2009, com orientação de Negrão.

O docente também coordena o Projeto Temático “Exercício físico e controle autonômico na fisiopatologia cardiovascular”, apoiado pela Fundação, e é professor titular da Escola de Educação Física e Esporte da USP.

“O estudo acrescenta conhecimentos importantes sobre o papel do exercício e da restrição calórica nos mecanismos moleculares associados à função cardíaca na obesidade”, disse Negrão.

Na pesquisa, ratos wistar machos foram alimentados com dieta normocalórica (quantidade normal de calorias) ou hipercalórica (rica em gordura e açúcar) durante 25 semanas. Após esse período, os animais alimentados com a dieta hipercalórica foram subdivididos em quatro grupos e acompanhados por mais dez semanas.

No primeiro grupo, os ratos continuaram recebendo a dieta hipercalórica e foram mantidos sem treinamento físico. No segundo, continuaram com dieta hipercalórica e foram treinados. No terceiro, deixaram de receber esse dieta para serem submetidos à restrição alimentar (menos 20% da ingestão diária). No quarto grupo, os ratos foram submetidos ao treinamento físico e à restrição alimentar.

“Após a vigésima quinta semana, os animais submetidos à dieta hipercalórica não apresentavam alterações na função cardíaca, embora já apresentassem substancial ganho de peso”, explicou Ellena.

“Após mais dez semanas de alimentação rica em gordura e mais ganho de peso corporal, eles apresentaram alteração na força de contração do coração e nas proteínas moleculares envolvidas nessa função. Isso foi evitado nos animais submetidos ao exercício físico ou à restrição alimentar”, contou.

Outros benefícios

Outro resultado importante sobre o papel do exercício e da restrição alimentar alcançado no trabalho está relacionado ao metabolismo de lípides. “A restrição alimentar em associação com o exercício físico diminuiu significativamente a esteatose e a hipertrigliciridemia em animais obesos”, disse Ellena.

Mas se por um lado a associação da restrição alimentar e do exercício físico não mostrou efeito cumulativo nos parâmetros cardíacos, por outro lado essas duas intervenções associadas diminuíram a quantidade de gordura estocada no fígado de animais obesos (esteatose hepática) e, também, os níveis de triglicérides plasmático.

“Embora a restrição alimentar isoladamente diminua a quantidade de gordura acumulada no fígado, ela aumentou a concentração de triglicérides plasmático, o que sugere um aumento na resistência hepática à insulina. Esses são achados importantes. Sabe-se que a esteatose, triglicérides aumentados e a resistência à insulina elevam o risco de doença cardiovascular”, destacou Ellena.

Segundo a pesquisadora, o trabalho permite concluir que a restrição calórica e a prática de exercício devem ser recomendadas para a prevenção de alterações cardíacas e metabólicas causadas pela obesidade.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sabedoria indígena.

Cláudio Quintanilha Siqueira
Caldeira (2008) nos conta que o francês Jean de Léry (1534-1611) após estar em expedição no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro em 1556, teve uma sensibilidade especial para registrar o modo como os naturais concebiam a produção econômica baseado no dano mínimo aos frutos da terra. O relato abaixo, segundo o autor, é um dos raros escritos da época em que a visão dos nativos aparece narrada com alguma precisão.
Jean de Léry
Os nossos tupinambás muito se admiram de os franceses e outros estrangeiros se darem ao trabalho de ir buscar os seus arabutã (pau-brasil). Uma vez um velho perguntou-me: "Por que vindes vós e outros maírs e perôs (franceses e portuguees) buscar lenha de tão longe para vos aquecer? Não tendes madeira em vossa terra?". Respondi que tínhamos muita mas não daquela qualidade, e que não a queimávamos, como ele supunha, mas dela extraíamos tinta para tingir, tal qual o faziam eles com os seus cordões de algodão e suas plumas.
Retrucou o velho imediatamente: "E porventura precisais de muito?". "Sim", respondi-lhe, "pois no nosso país existem negociantes que possuem mais panos, facas, tesouras, espelhos e outras mercadorias do que podeis imaginar e um só deles compra todo o pau-brasil com que muitos navios voltam carregados." "Ah!", retrucou o selvagem, "tu me contas maravilhas", acrescentando depois de bem compreender o que eu lhe dissera: "Mas esse homem tão rico de que me falas não morre?". "Sim", disse eu, "morre como os outros."
Mas os selvagens são grandes discursadores e costumam ir em qualquer assunto até o fim, por isso perguntou-me de novo: "E quando morrem, para quem fica o que deixam?" "Para seus filhos, se os tem", respondi. "Na falta destes, para os irmãos ou parentes mais próximos.". "Na verdade", continuou o velho, que, como vereis, não era nenhum tolo, "agora vejo que vós outros maírs sois grandes loucos, pois atravessais o mar e sofreis grandes incômodos,como dizeis quando aqui chegais, e trabalhais tanto para amontoar riquezas para vossos filhos ou para aqueles que vos sobrevivem! Não será a terra que vos nutris suficiente para alimentá-los também? Temos pais, mães e filhos a quem amamos, mas estamos certos de que, depois da nossa morte, a terra que nos nutriu também os nutrirá, por isso descansamos sem maiores cuidados".
FONTE
CALDEIRA, Jorge (org.). Brasil - A história contada por que viu. São Paulo: Mameluco, 2008.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Guardas municipais de Campos dos Goytacazes utilizam bicicletas para fiscalizar orla.

Guardas municipais utilizam bicicletas para fiscalizar a orla do Farol.
Por Thábata Ferreira
Fotos: Check

Os guardas municipais de bicicletas fiscalizam a orla da praia campista.
Uma novidade da Guarda Civil Municipal (GCM) está atraindo a atenção dos veranistas da praia Farol de São Tomé neste verão: quatro guardas estão utilizando bicicletas para a fiscalização da segurança e do trânsito na orla da praia campista. O comandante da Guarda, Francisco Melo, afirma que a recepção da população foi muito boa e superou as expectativas.
- A fiscalização dos guardas através das bicicletas foi muito bem recebida pela população. Nossa intenção é aproximar o contato da Guarda com a população, o que teve resultado muito positivo, como planejamos. Na próxima semana teremos uma outra novidade: os quadriciclos, que também estarão fiscalizando a orla da praia, além de impedir o trânsito de veículos na areia - informa o comandante.
Segundo Francisco Melo, o número de guardas na orla da praia varia de 60 a 80 profissionais, atuando durante os finais de semana. Já durante a semana, como o número de pessoas é menor, o número de profissionais também diminui.
- Estamos preseciando um verão tranqüilo, onde as ocorrências feitas não somam um número alto. As que ocorrem, infelizmente são por causa da imprudência humana, como abuso de bebidas, por exemplo. Estamos trabalhando de forma preventiva, tanto no trânsito, quanto na proteção dos veranistas - ressalta o comandante da Guarda Municipal.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Código Brasileiro de Trânsito - Resumo

O amigo Rogério Leite de Recife preparou esse pequeno manual, publicado originalmente no seu blog Pedalando e Olhando.


CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO
Amigos...

Abaixo um extrato do CTB aonde se fala a palavra BICICLETA ou CICLISTA. Grifos são meus. Observem seus direitos e cobrem de seus representantes MUNICIPAIS [Você ainda sabe em quem votou para vereador e prefeito não sabe? Ou vc é um péssimo cidadão - ser cidadão é ser capaz de ser votado e de votar em seus representantes, mas também controlar o que estas "figuras" fazem com o SEU dinheiro, aquele suadissimo que vc luta para ganhar e o governo para "abocanhar" a parte do Leão!!! Portanto, FIQUE ESPERTO e encha a caixa de emails deles com MUITAS COBRANÇAS, TODOS OS DIAS... a gente ainda quer que Recife fique melhor para quem pedala não?

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LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997.
Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 21. Compete aos órgãos e entidades executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
...
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
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Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua circunscrição:
...
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; [NÃO É DUPLICADO... É CONFUSO MESMO!!! SÃO OS ÓRGÃOS EXECUTIVOS DO MUNICÍPIO - PREFEITO E VEREADORES - E OS ÓRGÃOS DE TRÂNSITO DO MUNICÍPIO - CTTU E DETRAN!!!]
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Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:
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Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.
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Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores. [TEMOS PREFERÊNCIA SE NÃO HOUVER CICLOFAIXA!!!!]
...
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrário ao fluxo dos veículos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.

Art. 59. Desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre a via, será permitida a circulação de bicicletas nos passeios.
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CAPÍTULO IV
DOS PEDESTRES E CONDUTORES DE VEÍCULOS NÃO MOTORIZADOS
Art. 68. É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação, podendo a autoridade competente permitir a utilização de parte da calçada para outros fins, desde que não seja prejudicial ao fluxo de pedestres.
§ 1º O ciclista desmontado empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.
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Art. 105. São equipamentos obrigatórios dos veículos, entre outros a serem estabelecidos pelo CONTRAN:
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VI - para as bicicletas, a campainha, sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais, e espelho retrovisor do lado esquerdo.
...
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Art. 201. Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:
Infração - média;
Penalidade - multa.
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Art. 220. Deixar de reduzir a velocidade do veículo de forma compatível com a segurança do trânsito:
...
XIII - ao ultrapassar ciclista:
Infração - grave;
Penalidade - multa;
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Art. 255. Conduzir bicicleta em passeios onde não seja permitida a circulação desta, ou de forma agressiva, em desacordo com o disposto no parágrafo único do art. 59:
Infração - média;
Penalidade - multa;
Medida administrativa - remoção da bicicleta, mediante recibo para o pagamento da multa.
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ANEXO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:
ACOSTAMENTO - parte da via diferenciada da pista de rolamento destinada à parada ou estacionamento de veículos, em caso de emergência, e à circulação de pedestres e bicicletas, quando não houver local apropriado para esse fim.
BICICLETA - veículo de propulsão humana, dotado de duas rodas, não sendo, para efeito deste Código, similar à motocicleta, motoneta e ciclomotor.
BICICLETÁRIO - local, na via ou fora dela, destinado ao estacionamento de bicicletas.
PASSEIO - parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso, separada por pintura ou elemento físico separador, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas.

sábado, 19 de dezembro de 2009

ENTREVISTA - ANDRÉ PASQUALINI

Entrevista publicada originalmente no site Planeta Sustentável em 08/10/2009 às 10:00 por Thiago Guimarães.

“Parece que a CET está incomodada com a ciclofaixa”

Hoje a conversa é com André Pasqualini. Se você acompanha as notícias sobre mobilidade urbana na cidade de São Paulo, deve associar esse nome a diversos acontecimentos. André é o cicloativista que foi preso no ano passado por ter ficado pelado na Avenida Paulista, no ano passado. Ele também é responsável pelo site CicloBR focado em ciclismo urbano e fonte para diversos meios de comunicação quando o assunto é bicicleta. André começou há pouco a escrever às terças-feiras para o jornal Destak. Próximo projeto: criar um instituto para promover deslocamento sustentáveis nas cidades brasileiras. A entrevista (realizada em 28 de setembro, graças à telefonia em banda larga) gira em torno do cicloativismo e da controversa relação com a CET em São Paulo. Confira.

Desde quando você é ciclista?
Pedalo desde 1993. Um amigo que fazia passeios nos finais de semana me ajudou a comprar uma bicicleta. Começamos a andar num raio de 30 ou 40 quilômetros de São Paulo, na região do ABC. Para me preparar melhor para essas viagens, comecei a fazer o percurso casa-trabalho duas ou três vezes por semana também de bicicleta. Depois comecei a fazer viagens beirando o rio Tietê. Hoje moro a 20 km do centro. Toda vez que saio de casa rodo 50 km com a bicicleta.

E desde quando você é um cicloativista?
Em 2004 entrei para o grupo de trabalho de bicicletas da ANTP. Foi nessa época que comecei a ter contato com ativistas mais antigos e com participantes da Bicicletada. Antes, não era apaixonado por carro, mas achava que o carro era algo que as pessoas deveriam ter. O cicloativismo condena a preferência pelo carro.
Caiu a ficha quando percebi que eu mesmo dava o exemplo. Pelo site CicloBR (que surgiu como site de cicloturismo em 2001 para documentar as viagens de bicicletas que fazia), tenho contato com muitas pessoas. Uma vez, um médico de Pouso Alegre (MG) me escreveu agradecendo. Ele recomendava mais atividade física a seus pacientes, mas fazia seu trajeto de dois quilômetros, de sua casa ao consultório, de carro. Ele começou a pedalar por causa dos textos que questionavam a dependência ao automóvel. Eu tinha conseguido influenciar o médico.
Inclusive acho legal o termo “cicloativismo”. Defendo a mobilidade sustentável, mas defendo muito a bicicleta. A bicicleta aponta uma solução e é uma bela ferramenta para mudança cultural na cidade. Ela humaniza e, no final, vai beneficiar o pedestre.

Em comparação com outras cidades, pedalar em São Paulo requer algo especial?
Já pedalei em Curitiba, Brasília, Rio de Janeiro, Sorocaba... Posso dizer que, para o ciclista, São Paulo são duas cidades. No centro expandido, há mais respeito, o índice de acidentes é menor. Na periferia é bem mais perigoso. Por quê? Porque onde há mais congestionamento é mais seguro. Carro parado e poste não machucam ninguém. Por isso, eu me sinto mais seguro quando cruzo a fronteira do centro expandido. O Rio de Janeiro tem ciclovia na orla. Mas saindo de lá, é horrível. Mesmo em Curitiba, eu tinha de andar na mesma velocidade do carro para me dar bem.

Qual o melhor momento para começar a andar de bicicleta em São Paulo? Ainda quando criança ou já adulto, quando se tem mais consciência dos perigos da cidade?
Ontem levei meu filho de três anos para a ciclofaixa (foto). Já pedalei com crianças de dez a doze anos. Acho que, primeiro, o ciclista ou o responsável tem que ter conhecimento do trânsito e das condições em que se pedala. É importante conhecer as leis de trânsito, trocar experiência com amigos, pesquisar na internet. O melhor caminho é procurar fazer amizade com ciclistas com alguma experiência. Acho importante que todos os motoristas pedalem para sentir o que os ciclistas sentem.

Cicloativistas dizem participar de uma rede horizontal, aberta, não hierárquica. Como funciona essa rede, na prática?
Horizontal, aberta e não hierárquica é a Bicicletada, o encontro de ciclistas – inclusive iniciantes – que acontece toda última sexta-feira do mês e que atrai, em São Paulo, cerca de 500 pessoas. Mais de trezentas pessoas acompanham e cem participam ativamente do grupo de discussão da Bicicletada. O site é mantido por alguns ciclistas, reconheço que as discussões são moderadas... Já os cicloativistas, no geral, não são organizados. Nesse momento, há uma busca por mais organização. Está sendo formada a Associação dos Ciclistas de São Paulo, uma organização inspirada no modelo da Bicicletada. Porque, no final das contas, alguém tem que responder oficialmente por ações junto ao Ministério Público, junto à Prefeitura... O movimento precisa de lideranças e do reconhecimento de responsabilidades. Agora estou o transformando o CicloBR em um instituto de deslocamento sustentável. Cicloativismo envolve um trabalho educativo. Não é só atirar pedra que vai resolver.

Os cicloativistas andam costantemente no limiar da legalidade: instalam placas clandestinas, pintam faixas sem ter oficialmente essa incumbência, despem-se inteiramente para protestar... O caminho de buscar soluções pelo diálogo está esgotado?
Em hipótese alguma. Mas é necessário deixar claro que existem muitas coisas ilegais. Não se pode construir ponte ou avenida sem ciclovia e sem atentar à segurança de todos. Pintar uma faixa que o poder público deveria pintar não é tão ilegal assim. Atitudes como essa até ajudam pessoas no poder público que são a favor de um transporte mais humano. No fundo, pode até ser ilegal, mas salva vidas. Onde o símbolo da bicicleta está pintado no chão não ocorre acidente. É algo que a prefeitura deveria fazer.

Você já pagou a multa que a CET enviou no ano passado?
Claro que não. Na verdade, a cancelou a multa. Já pedi um comprovante formal do cancelamento, mas eles ainda não enviaram. No Brasil, não há uma definição de obscenidade. Se eu fosse para a Justiça, dificilmente seria condenado. A lei é de 1940 e alguns juízes nem consideram mais crime ficar pelado como forma de protesto. Além disso, havia outras pessoas nuas em minha volta. Mas a polícia achou que eu era o organizador de um evento. Dias antes, havia respondido um e-mail da polícia. No World Naked Bike Ride de 2008, eu estava lá, mas nem iria tirar a roupa. Só que todo mundo começou a tirar a roupa. A polícia não esperava isso. Então o que fez a polícia? Prendeu um suposto organizador para quebrar o movimento. Foi uma questão de metros entre eu ter tirado a tanga e ter recebido a voz de prisão. Nesse ano, os policiais estavam muito mais preparados para oprimir qualquer nudez. Mas os ciclistas combinaram se dispersar na Avenida Paulista e se reencontrar em frente ao Monumento das Bandeiras, despistando a polícia. A partir de lá, os ciclistas conseguiram tirar a roupa e seguiram pedalando pela cidade.

Aliás, como vai o relacionamento dos ciclistas com a CET atualmente?
As condições para o ciclismo em São Paulo não são desenvolvidas por causa da CET. A CET não quer motivar as pessoas a usar a bicicleta. Não sei por quê. Mas se quisesse, poderia desenvolver com maestria. Tecnicamente eles são muito bons. Agora querem fazer mais 40 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas na cidade. Pegaram a Pesquisa Origem-Destino e identificaram as regiões com mais deslocamentos de ciclistas. Lá farão ciclofaixas. Eu discordo desse método. Deveriam levar em conta os acidentes envolvendo ciclistas. Afinal, as ciclovias vão provocar um aumento do fluxo de ciclistas. Mas ao final da ciclovia, os ciclistas terão de encarar o trânsito junto com os motoristas. É aí que o risco de acidentes pode aumentar. Tenho a esperança de que um corpo técnico especializado construa ciclovias na cidade inteira. Também na operação das ciclofaixas, a CET mostra sua filosofia de priorizar a fluidez. Já vi a CET, nos acessos à Marginal do Pinheiros, multando condutores de automóvel por desrespeito ao rodízio, mas deixando de ajudar o pedestre a atravessar a rua. Aliás, os marronzinhos recebem ordens até para abrir mão de multar para assegurar a fluidez aos carros. Essa filosofia prejudica demais os ciclistas, porque quanto mais rápidos os carros, mais inseguro fica o trânsito para os ciclistas. Apenas algumas pessoas na CET são contra essa adoração ao fluxo. Precisamos de gente dentro da administração para defender a bicicleta. Precisamos de um “departamento de bicicletas” dentro da secretaria dos transportes. Gostaria que a prefeitura apresentasse um plano para o transporte cicloviário e investisse em campanhas de educação.

Você já experimentou as ciclofaixas aos domingos?
Duas vezes, apesar da chuva. Lá encontrei monitores da Secretaria Municipal de Esportes e não dos Transportes e nem agentes da CET. Parece até que a CET está incomodada com a ciclofaixa. E também vi motoristas jogando os carros para cima de um ciclista, assim que a ciclofaixa estava desbloqueada para o trânsito de automóveis. Estou com medo de que, com as ciclofaixas, aumente o número de agressões contra ciclistas.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Aluguel de bikes no RJ é suspenso

É lastimável conviver com situações como essa. Infelizmente esta é a nossa realidade e demoraremos muito para atingirmos um patamar aceitável de cidadania. Mas, ainda há esperança, desde que se invista em educação.



Furto de 56 bicicletas interrompeu o serviço por tempo indeterminado
Por Tadeu Matsunaga do prologo.uol.com.br

Péssima notícia para os adeptos da bicicleta no Rio de Janeiro. O serviço de aluguel das magrelas foi suspenso na “Cidade Maravilhosa”, nesta quinta-feira. O motivo? Roubo dos equipamentos.

A reportagem do RJTV, das organizações Globo, destacou que o serviço inspirado em cidades européias como Paris e Barcelona chegou ao fim após onze meses. Iniciado em janeiro deste ano, o serviço havia sofrido com apenas cinco furtos até o começo de dezembro.

Entretanto, na semana passada, uma sucessão de roubos em série deu fim a 56 bicicletas e o serviço de aluguel está suspenso por tempo indeterminado para os cariocas.

FONTE E IMAGEM: http://prologo.uol.com.br/

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

GUIA DE CICLOTURISMO ESTRADA REAL - CAMINHO VELHO

"Quando as naus portuguesas chegaram às terras brasileiras, os índios do litoral contaram que no interior do continente havia um reino de riquezas douradas.
Durante séculos entradas e bandeiras percorreram a esmo nosso país em busca de tesouros, sem nenhum sucesso.
Somente no final do século XVII o eldorado foi encontrado na terra dos Cataguás.
O natural assédio de pessoas indo e vindo em busca de riquezas marcou um caminho específico do litoral até a região das minas.
Com o guia de cicloturismo nas mãos lhes convidamos a percorrer o Caminho Velho da Estrada Real, em pleno século XXI, e de bicicleta."
Para ver mais detalhes e adquirir o guia clique aqui.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Organização dos alforges

Veja as dicas de como arrumar os alforges no site http://www.pedarilhos.com.br. Clique aqui e acompanhe.