Cláudio Quintanilha Siqueira
O que me chamou a atenção e me estimulou a pesquisar e escrever sobre o triglicerídeo foi o fato de saber que um amigo estava com a taxa desse lipídio em níveis altíssimos. Então, vamos lá.
Triacilglicerol, mais popularmente conhecido como triglicerídeo, é um tipo de gordura presente na nossa corrente sanguínea e no tecido adiposo e o seu excesso, segundo o National Institutes of Health, pode contribuir para o endurecimento e estreitamento das artérias, aumentando o risco de sofrermos um infarto ou um derrame cerebral.
Os triglicerídeos são naturalmente produzidos no nosso organismo "a partir do excesso de calorias, independente de sua origem, gordura, proteína ou açúcar" (ALMEIDA, 2006) e, em níveis elevados, estão associados a quatro condições patogênicas que aceleram a aterosclerose, conforme relatam Schiavo et al (2003): diminuição dos níveis de HDL; aumento das lipoproteínas remanescentes; pequena elevação na LDL e aumento das condições trombogênicas. Além disso, ainda segundo os autores, o aumento de triglicerídeos está relacionado também ao risco de doenças cardiovasculares, com um risco maior entre as mulheres.
Silverthorn (2003) descreve o triglicerídeos como a forma de gorduras mais importantes no nosso organismo, por constituirem as lipoproteínas e representam mais de 90% dos lipídios, sendo formados pela combinação do glicerol com os ácidos graxos[1] no retículo endoplasmático.
Quando ingerimos calorias em excesso, o nosso organismo sabiamente armazena uma parte na forma de glicose e "a maioria em gordura (triglicerídeos)" (ALMEIDA, 2006) para ser usada mais tarde. Por isso, alerta a autora, "alimentos ricos em açúcar podem elevar o nível de triglicerídeos." Até indivíduos com uma dieta pobre em gordura, açúcar e álcool podem apresentar altas taxas de triglicerídeos, por isso é aconselhável substituir essas calorias por gorduras monoinsaturadas como óleo de oliva, óleo de canola, óleo de amendoim e nozes.
Entretanto, Schiavo et al (2006) relatam que a hipertrigliceridemia é o distúrbio lipídico de mais fácil controle, pois seus níveis podem ser "satisfatoriamente controlados por mudanças nos hábitos de vida, dieta equilibrada, aumento da atividade física e restrição ao álcool" e, completam, raramente encontra-se hipertrigliceridemia isolada, sendo frequentemente acompanhada por aumento no colesterol total, no LDL e diminuição do HDL."
As taxas de triglicerídeos podem se obtidas através de exame de sangue, sendo os níveis normais, conforme a National Institutes of Health, abaixo de 150 mg/dl. Entre 150 e 199 mg/dl já existe um risco levemente aumentado. De 200 a 499 mg/dl é considerado alto e acima de 500 mg/dl, muito alto.
Então, podemos concluir que muito se deve ao nosso estilo de vida. Má alimentação aliada a falta de atividade física pode ocasionar desagradáveis manifestações no nosso corpo e, em casos extremos, levar à morte ou a invalidez.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Elisabete Fernandes. Triglicerídeos - você já ouviu falar, mas sabe o que é? Jornal Carreira & Sucesso, 289ª ed. 29/jan/2006.
Disponível em http://www.catho.com.br/jcs/inputer_view.phtml?id=7216
National Institutes of Health. Triglyceride level.
SCHIAVO, Marli; LUNARDELLI, Adroaldo; OLIVEIRA, Jarbas Rodrigues de. Influência da dieta na concentração sérica de triglicerídeos. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v. 39, nº 4, Rio de Janeiro: 2003.
SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. Barueri, SP: Manole, 2ª ed., 2003.
IMAGEM
http://www.adaraguatins.org.br/2009/10/saude-triglicerideos-alto-informacoes-e-dicas.php[1] Ácidos graxos, segundo Silverthorn (2003), são longas cadeias de átomos de carbono ligados a hidrogênios.
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