A assimilação progressiva das cargas de treinamento é o que nos leva a melhorar a forma física. O estresse físico provoca no organismo um mecanismo de adaptação que produz uma série de processos fisiológicos de recuperação e regeneração que são explicados pela teoria da Síndrome de Adaptação Geral (SAG). Segundo Dantas (1998) a SAG apresenta três fases:
1- Excitação: provoca uma reação de alarme no organismo. É a resposta inicial a um estímulo o qual não está adaptado.
2- Resistência: provoca adaptações ao estímulo aplicado.
3- Exaustão: nesta fase o organismo não responde mais positivamente aos estímulos, havendo uma queda do rendimento e o risco de lesões.
Fica evidente que a falta de repouso adequado pode levar o indivíduo à terceira fase da SAG ou mesmo à Síndrome do Excesso de Treinamento, ou Overtraining, trazendo danos à saúde e riscos de lesões.
Segundo Augusti (2008) a questão do descanso muitas vezes é mal compreendida pelos atletas e até por treinadores. "Geralmente se dá muita importância aos exercícios físicos, técnicos e táticos, esquecendo-se de que o descanso é parte indissociável do processo de treinamento."
Diante de tudo o que foi exposto fica evidente que o repouso durante a semana de treinamento é fundamental para a performance, mas, quando falamos em descanso a primeira coisa que vem a mente é não fazer nada, nenhum tipo de esforço físico. Porém, de acordo com Fonseca (2009) os especialistas consideram o repouso ativo mais produtivo do que a pausa total.
O repouso ativo caracteriza-se pela diminuição da intensidade do treinamento, podendo ser realizado com trotes, massagens, alongamentos, natação, caminhadas etc. Sempre em intensidades leves e, preferencialmente, de forma recreativa. Mas dependendo do nível atlético do indivíduo, se ele for iniciante, um repouso total é também recomendado e, claro, tudo acompanhado de uma boa noite de sono para uma melhor reparação mental e física.
Ferrigno (2009) afirma que um sono profundo e de duração adequada possibilita melhor aproveitamento metabólico do que a atividade física proporcionou. Ainda segundo o médico, durante o sono a hipófise secreta o hormônio do crescimento (Growth Hormone, ou GH), oferecendo ao organismo os benefícios do trabalho físico desenvolvido durante o dia. "Dormir - diz ele - não é perda de tempo, é dádiva da vida e, sem adormecer, nada de bom acontece no nosso organismo."
Conclusões
1- "O negócio é treinar forte no momento certo." (ANDERSON, 2009)
2- "É fundamental que haja o momento de recuperação, principalmente quando há um desgaste muito grande." (FONSECA, 2009)
3- "O repouso ativo pode ser, em alguns casos, até mais produtivo do que a pausa total." (FONSECA, 2009)
4- "O repouso em demasia, assim como o treino em excesso, não permite a melhora do condicionamento físico." (AUGUSTI, 2008)
5- "Há corredores que treinam muito e competem mal." (AUGUSTI, 2008)
6- "O desequilíbrio entre treinamento e descanso pode levar ao overtraining." (AUGUSTI, 2008)
7- "Se o treino for volumoso e intenso, não permitindo recuperação adequada entre as sessões, as fibras serão excessivamente sobrecarregadas, podendo gerar lesões." (LOPES, 2009)
8- As adaptações fisiológicas ocorrem no período de repouso.
9- O sono é parte fundamental para a melhoria da forma física.
REFERÊNCIAS
AUGUSTI, Marcelo. Treinamento e descanso: qual a combinação ideal? Revista Contra-Relógio, edição 183, dezembro de 2008. Disponível em http://www.revistacontrarelogio.com.br. Data: 23/06/2009
CARVALHO, Marcelo Affonso. Dica de Treinamento: repouso para ir mais longe. Disponível em
DANTAS, Estélio M. A prática da preparação física. Rio de Janeiro: Shape, 5ª ed., 1998.
http://www.humanasaude.com.br Data: 23/06/2009.
LOPES, Trika. Nem sempre muito treino faz bem. Disponível em
http://www.treinototal.com.br Data: 23/06/2009
LORETE, Raphael. Você sabe a importância do repouso após a atividade física? Disponível em http://www.saudenarede.com.br. Data: 23/06/2009.