"A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

(Graciliano Ramos)



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A teoria das janelas quebradas


Cláudio Quintanilha Siqueira

Ao ler a crônica "A teoria das janelas quebradas" no livro de mesmo título de Drauzio Varella resolvi pesquisar um pouco mais sobre o assunto. Aliás, deixo aqui uma ótima sugestão de leitura da coletânia de crônicas do dr. Varella.
Em 1982 dois cientistas sociais estadunidenses - James Q. Wilson e George Kelling - desenvolveram um trabalho que entitularam "Broken Windows" onde, através de algumas experiências, concluiram que numa sociedade ordeira e bem educada as coisas tendem a caminhar sem maiores problemas, pois as pessoas tendem a ser mais ordeiras e educadas. Por outro lado, a bagunça gera mais bagunça.
E isso se reflete também na segurança. Quando se banaliza a criminalidade e a violência estamos induzindo a mais criminalidade e violência, pelo menos esta é a opinião do humilde blogueiro.
A deteriorização da paisagem urbana é percebida pela população, nas palavras de Drauzio Varella, como ausência dos poderes públicos, enfraquecendo os controles impostos pela comunidade, aumentando a insegurança coletiva e convidadando a prática de crimes.
A presença de lixo nas ruas, pichação e outras desordens provoca mais desordem e induz ao vandalismo.
Com base nessas ideias um grupo de holandeses da Universidade de Groningen realizou um estudo efetuando alguns experimentos. No primeiro deles, num estacionamento para bicicletas na cidade de Groningen, para simular ordem, eles limparam toda a área e colocaram o aviso bem visível de que era proibido pichar. Para a desordem, picharam as paredes do mesmo espaço, apesar do aviso para não fazê-lo continuar lá. Nas duas situações, prenderam planfetos nos guidões das bicicletas, de modo que precisassem ser retirados pelo ciclista antes de ir embora sem, contudo, haver lixeiras no local.
O resultado foi o seguinte:
Na situação ordeira, 77% dos ciclistas levaram os panfletos consigo.
Na situação de pichação, apenas 31% o fizeram, os demais jogaram os panfletos no chão.
Outras experîências do grupos são detalhadas no livro.
Boa leitura e aproveitem para fazer uma reflexão sobre as nossas atitudes do dia a dia.

FONTES


VARELLA, Drauzio. A teoria das janelas quebradas. São Paulo, Companhia das letras, 2010.

2 comentários:

Denir disse...

interessante esta dica de leitura. Fiquei curioso pra ler o livro.

Bike Sem Limites disse...

Na verdade trata-se de uma coletânia de crônicas do Dráuzio. Vale a pena.